EDUCAÇÃO EM RECUPERAÇÃO

28/05/2012 21:43

Mais de uma semana distante da divulgação do resultado do concurso do magistério, duas semanas distantes das notícias das aprovações no Ensino Médio a educação, enfim, flui normal no Estado. Normal para muitos, já nem tanto para alguns. Temos que encontrar a resposta adequada ou todos seremos reprovados, finalizava um editorial da ZH.

Respostas todos temos, faltam, no entanto, atitudes. Atitudes políticas, atitudes de empresários, atitudes dos pais, atitudes, acima de tudo, dos educadores, dos mestres que recebem tão significativo salário. Atitude é saber fazer acontecer. Educação não se resolve apertando parafuso ou com vacina. Educação é criar projetos com resultados a médio e longo prazos. Educação requer investimento, disciplina e muito trabalho. Investir em provas para qualificar educação, como se tem feito, é chantagear o professor – porque o aluno precisa estudar. Sem estudo não tem emprego e sem emprego não tem salário – um salário de R$ 750,00? 

Como convencer um aluno a estudar, se familiares, amigos e “professores” vendem muamba do Paraguai ganhando muito mais do que o Professor. Uma sociedade sem normas não tem seu referencial no educador. Não temos o direito de ficar perplexos com resultados da educação quando tem mesmo os analfabetos e semianalfabetos podem ser candidato. Os 92,5% de professores reprovados não deveriam poder exercer a profissão, não foram, enfim, aprovados, mas podem ser candidatos a qualquer cargo político – inclusive ao de presidência da república. Isso é coerente? Talvez sim.

Muitos dos reprovados já estão, faz anos, em sala de aula. Já auxiliaram, em muito, para os atuais resultados do ensino. Onde está a causa? Como esperar por mudanças? Se é que as queremos. Contratar professores não é melhor para o Estado e prefeituras? Não é melhor também para o professor? Quem perde é a qualidade. Como podem profissionais ser contratados para uma atividade tão estratégica como a educação sem que se saiba se realmente têm habilidades e competências para a função. Como educador, não entendo tal possibilidade.  Afirmo com muita tranquilidade que a educação está muito pior do que os sacros resultados vêm revelando.

Elaborar uma prova para os nossos políticos responderem – eis a questão. O resultado mostrará para onde estamos indo. As autoridades políticas, também vereadores, deputados (estaduais e federais) e senadores são a luz, ou não, do túnel da educação. Os políticos têm, sempre, optado por alternativas fáceis, cujos resultados, a médio e longo prazos, só trazem frustração. Já em curto prazo trazem vantagens pessoais. Conceder cotas é um exemplo. Concedê-las para corrigir um erro do passado é piada, é continuar penalizando.

Levantes tímidos têm-se ouvido de alguns setores – curiosamente não de sindicatos e educandários. Um país só consegue mudar seu nível de desenvolvimento econômico e social priorizando a educação. Por que empregadores não clamam por profissionais mais qualificados, por uma melhor educação? Como podem mais de sessenta mil candidatos qualificados, com nível superior, participar de um concurso que paga como salário R$750,00?

                                                                           Professor Romério Gaspar Schrammel

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