O INDIVÍDUO E AS ORGANIZAÇÕES

16/08/2013 07:34

Romério Gaspar Schrammel*

Vivemos em tempos de muitas perguntas. Em uma de suas recentes colunas, Paulo Sant’Ana repassa as angústias de um morador da capital de muitos gaúchos. Diante da falta de respostas e soluções surgem então as perguntas dos que elegem e pagam as constas da máquina emperrada. Para que votamos? Para que temos representantes remunerados?

Só o ser humano precisa de regras, nenhum outro animal as precisa. Precisamos de regras por não sermos mais animais, mas, como verdadeiros humanos, também não teríamos necessidade delas. Entre verdadeiros humanos haveria amor, mas não haveria leis. Ao deixar de ser animal, criou o ser humano regras, leis, governos, tribunais, exércitos, força policial, religiões para controlar o homem. Estas forças ficaram poderosas demais, já não querem abrir mão dos seus próprios interesses. Elas, na verdade, não querem que o homem evolua.

Perguntas como as do morador da capital começam a despertar o indivíduo sobre as organizações que nos controlam. Os poderes estão, há séculos, controlando o homem e gozando do poder e do prestígio que têm. Eles não estão dispostos a deixar o homem evoluir, a deixá-lo desenvolver-se até chegar ao ponto em que esses poderes e essas instituições tornem-se inúteis. Pessoas com mais conhecimento vivem mais distantes da religião, apontam as pesquisas. Quando o indivíduo torna-se mais humano, com mais conhecimento, a organização se desfaz. Toda organização impede a evolução do indivíduo.

Os poderes, organizados por indivíduos que necessitam do poder, perdem seu sentido por não cumprirem suas funções – faltam-lhes competências. Hoje as organizações passaram a ser administradas por pessoas erradas, tornando-as corruptas, sem credibilidade. Lutam por interesses próprios. Os indivíduos conscientes não veem sentido dos poderes outrora constituídos e, por isso, deles se afastam. Se o indivíduo cresce, as organizações mínguam. Novas organizações devem surgir.

O problema é que as forças criadas para evitar que o homem se esfacelasse no caos agora são tão poderosas que não o querem deixar livre para crescer. Quando o homem conseguir crescer, tornar-se consciente, não haverá necessidade de todas essas organizações. Elas ficarão sem trabalho, sem prestígio, sem o seu poder e a sua liderança. As instituições criadas para proteger, hoje se tornaram inimigas da população.

O poder é a pior droga na qual alguém pode se viciar. Já não acreditamos em promessas de governantes, pois elas não se concretizam. Em quem acreditamos? Acreditamos no indivíduo. O poder está para as instituições assim como o craque para as cracolândias. Para que os mesmos possam lá permanecer, articulam, subtraem, multiplicam à custa dos cidadãos eleitores que, humildes ou ignorantes, não se permitem imaginar – portanto, deles não se conseguirão libertar. Para que temos representantes remunerados?

*Professor

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