UM DIA COM OS MESTRES

27/08/2013 18:33

Romério Gaspar Schrammel*

Recordar momentos é significativo. Reencontrar colegas de turma “formandos” há trinta e cinco anos é um presente. Conversar, relembrar, rir, sentir a falta de uns, lamentar a ida de outros é encontrar-se no tempo. Colegas presentes:
Edgar Karnopp, Elisa Michaelsen, Irmgard Isolde Weber Caesar, Cassio Ritter Ritter, Jorge Lothar von Mühlen, Loni Kiekow, Dulce Engster, Waldir Engster, Romeu Spindler, Romério Gaspar Schrammel, Martha Feldens, Rui Griesang e Roseli Hetzel-Kussler. Torna-se venerável esse momento quando dele participam orgulhosos os mestres da nossa época. Os nossos mestres eram diferentes.

Temos orgulho deles, dos meus mestres: Naumann e Bencke. Eles foram tão significativos que não conseguem dimensionar o seu fazer para o outro. Sei o ano, 1973, quando, sentado na escadaria externa da secretaria, passou o professor Nauman, também diretor, e disse “Que bom que estás lendo, talvez por isso melhoraste tanto!” Eu não sabia que havia melhorado, mas nunca mais deixei de ler. Domingo, no encontro, chamou-me para me parabenizar pelos textos na Zero Hora. Disse “Um texto causou poeira, se levantou poeira é porque é bom.” O professor Naumann completou noventa anos, mas continua junto dos seus alunos - sabendo.

O professor Bencke, nosso mestre de Português e Música, foi paciencioso. Acreditou em cada um dos seus alunos. Uma turma que tinha seus méritos, mas também suas dificuldades. Estas superadas com a ajuda do mestre Bencke. O professor lapidava cada aluno com o maior cuidado. Era exigente, cobrava, deixava em recuperação. Ler e escrever – escrever e ler.

O professor Naumann e o professor Bencke estavam ali, no encontro de ex-alunos. Pareciam perceber que ainda precisávamos deles. Esse estratégico nas colocações, mas certeiro, o outro, como artífice, descobria alguém em cada aluno – trabalhava uma obra de arte: um cidadão. Nós nos sentimos renovados. Foi sobre renovação que o professor Naumann falou. Falou-nos da necessidade de renovar, mas não deixou de comentar suas limitações, resultado de muitos mestres formados.

Para crescer é preciso renovar. Renovar é fazer podas. Aprendi que podas fazem-se nos meses sem a letra R. Agosto é o último mês para podas. Podas fizeram os dois mestres, com sua participação incansável em mais um encontro.  Os dois mestres deram-nos um presente: a atenção. Como afirmou o escritor e orador John Rohn: “Um dos maiores presentes que se pode dar a uma pessoa é a atenção.” Resta-nos dizer: OBRIGADO MESTRES!

*Professor

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