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07/08/2013 11:47

ACONTECEU NA CHINA, HÁ VINTE E CINCO SÉCULOS...

Liberdade não significa caos. Liberdade significa mais responsabilidade, tanta responsabilidade que ninguém precisa interferir na sua vida. O problema é que as forças que criamos para evitar que o homem se esfacelasse no caos agora são tão poderosas que elas não querem deixá-lo livre para crescer.

Lao Tzu era um homem sábio. O imperador da China pediu-lhe muito humildemente que aceitasse ser o líder da corte suprema, pois ninguém poderia cuidar das leis do país melhor do que ele. Lao Tzu tentou persuadir o imperador de que não era o homem certo, mas o imperador continuou insistindo. Se o senhor não quer me ouvir, basta eu ficar um dia no tribunal para que perceba que não sou a pessoa certa para o cargo, pois o sistema está errado, disse Lao Tzu.

No primeiro dia trouxeram ao tribunal um ladrão que roubou quase todo o tesouro do homem mais rico da capital. Lao Tzu ouviu o caso e então disse que o ladrão e o homem rico deveriam ficar presos por seis meses. O que está dizendo? Eu fui furtado – que tipo de justiça é essa? Você está me mandando para a cadeia o mesmo tempo que o ladrão?, disse o homem rico.

Lao Tzu acrescentou, estou sendo injusto com o ladrão. Você precisa ficar mais tempo na cadeia do que ele, pois você acumulou muito dinheiro para si, tirou de muitas pessoas. Milhares de pessoas são oprimidas e você acumula uma fortuna cada vez maior. Para quê? Sua própria ganância está produzindo esses ladrões. Você é responsável. O primeiro crime é seu!

A lógica de Lao Tzu era clara. Se continuar a existir tantos pobres e tão poucos ricos, não será possível deter os ladrões. O único jeito de detê-los é ter uma sociedade em que todos tenham o suficiente para atender às próprias necessidades e ninguém acumule fortunas desnecessárias apenas por ganância.

O homem rico disse, antes que me mande para a cadeia, quero falar com o imperador, pois isso não está de acordo com a constituição do país. Lao Tzu respondeu dizendo que era uma falha da constituição do país. Não era responsável por isso. Vá e fala com o imperador.

O homem rico disse ao imperador que Lao Tzu deveria ser deposto do cargo: ele é perigoso. Imperador, se você quiser se salvar, afaste-o. Ele é racional. O que diz está certo, mas destruirá a todos. O imperador entendeu, se este homem abastado é um criminoso, então eu sou o maior criminoso do país e Lao não hesitará em me mandar para a cadeia.

Lao Tzu foi tirado do posto dizendo ao imperador, eu tentei avisá-lo de que não era o homem certo para o cargo. A realidade é que a sua sociedade, as suas leis e a sua constituição não estão certas. Você precisa das pessoas erradas para levar adiante esse sistema. (LIBERDADE, a coragem de ser você mesmo)

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05/08/2013 14:05

MUITA TEORIA E POUCA PRÁTICA FORMAM OS PROFESSORES

Fábio Takahashi*

“Não dá para formar um professor só lendo Piaget.”

A frase é do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em alusão à carga teórica dos cursos que formam docentes para a escola básica, como a literatura de Jean Piaget, pensador do século 20.

Foi dita recentemente em encontro com mil secretários municipais da área de ensino. Arrancou aplausos.

A declaração sintetiza a avaliação dos gestores de que a formação universitária dos futuros professores da educação básica é um dos entraves para a melhoria da qualidade do ensino no país.

A reclamação é que os futuros docentes têm muito contato com teóricos da educação, mas terminam o curso despreparados para enfrentar salas de aulas.

CARGA HORÁRIA

Um dos mais amplos estudos no país sobre currículos das licenciaturas foi feito recentemente pelas fundações Victor Civita e Carlos Chagas.

O trabalho apontou que nos cursos de licenciatura do país que formam professores de português e de ciências, a carga horária voltada à docência fica em 10%.

Já o tempo destinado aos conhecimentos específicos das áreas passa dos 50%.

“Os professores chegam às escolas com bom conhecimento da sua disciplina, mas não sabem como ensinar”, disse à Folha o secretário estadual de Educação de São Paulo, Herman Voorwald.

Na opinião do secretário, cuja rede tem 200 mil professores, um docente de matemática, por exemplo, é muito mais um matemático do que um professor.

Para Voorwald, as licenciaturas deveriam ter menos conteúdos específicos das matérias e mais técnicas sobre como dar aulas.

Presidente da comissão de graduação da Faculdade de Educação da USP, Manoel Oriosvaldo discorda que a formatação dos cursos de pedagogia e de licenciatura seja responsável pela má qualidade do ensino básico.

“Com o salário que se paga ao professor, é difícil convencer um jovem a assumir uma sala de aula”, afirma. “Se as condições de trabalho melhoram, sobe o nível de quem seguirá na carreira.”

Especificamente sobre os currículos, ele diz que diminuir a teoria dos cursos “simplifica o papel do professor”.

Para Oriosvaldo, a teoria permite que o professor consiga refletir sobre sua atividade constantemente. E corrigi-la quando necessário.

Além disso, o docente deve ter condição de ensinar aos alunos o histórico que levou à resolução de uma equação, por exemplo. Assim, o jovem conseguirá também produzir conhecimento.

SEM MUDANÇAS

A maioria dos alunos e dos coordenadores dos cursos de formação de professores tem avaliação semelhante à do professor da USP, mostra estudo feito pela Fundação Lemann, a pedido da Folha.

O trabalho aponta que há menos coordenadores de cursos de pedagogia ávidos por mudanças em seus currículos (38% das respostas) do que em engenharia civil (50%), por exemplo.

A pedagogia forma professores para atuar com os alunos de seis a dez anos. A partir daí, os demais professores vêm das licenciaturas.

A opinião sobre os cursos foi tabulada a partir das respostas dadas nos questionários do Enade 2011, exame federal de ensino superior.

As respostas mostram também que os formandos em pedagogia se sentem mais bem preparados para a profissão (68%) do que os de engenharia de produção (57%).

Contraditoriamente, o Enade revela que os concluintes dos cursos de formação de professores estão entre os que possuem notas mais baixas em conhecimentos gerais. Pedagogia está na 46ª pior posição, entre 59 cursos.

*Folha de São Paulo – 04/08/2013 – SÃO PAULO/SP

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02/08/2013 07:51

LIDERANÇA É COISA SÉRIA

Paulo Sérgio Buhrer*

Sempre penso na responsabilidade do líder, e me assusta ver o tamanho dela.

Mas, como sempre friso: os líderes são pagos para resolver situações desagradáveis.

Quanto tudo está bem, ele ganha para não deixar coisas desagradáveis acontecerem.

Os líderes, via de regra, são o espelho, e os liderados, o seu reflexo.

Portanto, imagine o que acontece quando o líder é incompetente? Sim, os liderados também serão.

O que acontece quando o líder é ansioso? Os liderados só refletem essa ansiedade e vivem igual barata semitonta.

O que acontece quando o líder grita, berra? Os liderados reflete uns com os outros esse comportamento, e, perdem produtividade, vendas, lucro.

O que acontece quando o líder é irresponsável e sem comprometimento? A maior parte dos liderados terá a mesma postura.

Gente, liderança é coisa S.É.R.I.A., e precisamos muito de:

1 – Sinergia: todos trabalhando unidos, comungando forças, ideias, gerando resultados através do que somos e sabemos fazer, e, claro, daquilo que aprendemos todos os dias a fazer melhor. Sem liderança, a sinergia não acontece.

2 – Energia: nada é pior do que perder a energia, o vigor, a força para dar passos. É como um carrinho à pilha, sem pilha: ele não funciona. O líder é responsável por gerar energia nas pessoas, portanto, ele não tem o direito, acredite, não tem o direito de usar um discurso derrotista, inseguro, nem de demonstrar falta de vontade, preguiça, descomprometimento. Nosso papel é energizar todos a nossa volta, com nosso comportamento energético e nossas palavras de apoio e incentivo.

3 – Risos: sim, o líder é uma pessoa que sorri para a vida, para as pessoas, e, que provoca essa reação em todos que estão com ele. Rir é o melhor remédio, ainda que seja depois de algumas lágrimas. Uma empresa, uma equipe que sorri, emana ondas de energia positiva, de bem-estar para o ambiente e para a vida das pessoas, ou seja, qual cliente não gosta de adentrar um ambiente assim? Obviamente que rir não signica zombar, achar graça em tudo e desrespeitar as pessoas com chacotas. Significa apenas deixar o ambiente mais leve, suave, sem perder a credibilidade e a austeridade necessárias.

4 – Imersão: os líder vivem imersos num mundo de oportunidades. Eles vão lá no fundo do poço para tirar quem sofre lá embaixo, quem já está quase sem vida, e não tem coragem de cavar aquelas escadinhas na terra para subir de novo. O líder também vive imerso em novidades, aprendizado, cultura, e cria uma equipe de gente com o mesmo comportamento, pessoas que querem crescer na vida, mas, que sabem que para isso precisam imergir lá no fundo do seu ser para trazer à tona toda a força, o comprometimento e a motivação necessárias para uma vida digna de um vencedor.

5 – Apoio: isso, o líder é um apoio. As pessoas precisam saber que podem contar com ele em todos os momentos, seja quanto baterem metas e forem brindar, seja quando as metas ficarem aquém e precisem, claro, brindar, só que um puxãozinho leve de orelha, para criar vontade e competência para os meses seguintes superarem quaisquer objetivos. Sabemos que os liderados têm que aprender a resolver problemas, a andarem com as próprias pernas, o que não impede de contarem com o apoio do líder e de ter que passar decisões importantes pelo seu crivo.

E você, líder, tem levado sua liderança de maneira SÉRIA?

Grande abraço, fique com Deus, sucesso e felicidades sempre!

*Palestrante, Consultor e escritor.

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24/07/2013 17:36

PESSOAS ARTICULOSAS

Bert Entschev*

Um profissional assim é capaz de arruinar o trabalho de outro para que o seu sobressaia
Claro que muitas pessoas pensam em ganhar mais e ser bem sucedidas na carreira. O problema é quando, para se conseguir o que quer, o indivíduo se torna capaz de fazer qualquer coisa. Não digo que a maioria das pessoas é assim, mas os que são sempre conseguem se sobressair nas situações.  Infelizmente, suas conquistas são provenientes de artimanhas e armações. Essas pessoas são capazes de tramar e arquitetar as piores trapaças para se dar bem em uma situação, até mesmo lesar e prejudicar outras pessoas. Dou, a seguir, algumas dicas para que essas pessoas não lhe influenciem na vida profissional:

Cinismo
Todos sabem (ou pelo menos deveriam saber) o que é uma conduta profissional digna e honrosa. Porém, nem todos agem de acordo (por isso que tem tanta gente perdida nesse mundo e sem saber o que fazer). Uma pessoa ardilosa engana, descobre seus gostos, preferências e te manipula para conseguir uma informação ou favor. O que pode parecer um dado qualquer para nós, para um espertalhão é uma mina de ouro. Por isso, deve-se cuidar com o que fala e para quem fala. A melhor coisa é escolher bem as palavras, ocultar informações sigilosas, não se abrir sobre sua vida pessoal e evitar dar quaisquer subsídios para alguém lhe passar a perna. Escolher bem as amizades que se faz já é um ponto importantíssimo para não cair em mãos falsas e cínicas.

Interesse
Fazer amizades por interesse é uma das principais armas de uma pessoa ardilosa. Depois de conquistado, certamente ele terá forte armas contra você. Eles chegam de mansinho, mostrando-se amigáveis e dispostos a lhe prestar grandes favores, normalmente essas pessoas fingem que não sabem das coisas, enganam, maltratam, fazem amizades por puro interesse, usam e jogam fora, não se importam com o sentimento das pessoas e não são leais. São frequentemente levados pela razão para conseguirem seus objetivos (nem que para isso tenham que fazer algo que a sociedade compreenda como errado ou de má conduta). São trapaceiros, jogam para ganhar, passam por cima, convencem pessoas, são sagazes, bolam armadilhas, querem sempre mais. Normalmente, não são acomodados, deixam a razão dominar a emoção e não há um equilíbrio entre o bom e o mau senso, a conduta correta e a errada.

Uma pessoa assim, no ambiente de trabalho, faz o quê? Rouba contatos, negócios prósperos, amizades e utiliza a ideia de outros para se promover, como se fosse o autor dela. É capaz de arruinar o trabalho de outro para que o seu sobressaia ou simplesmente para que seja o único a conseguir reconhecimento. Trama e arquiteta artimanhas.

Recomendações
Atenção com as amizades que você faz. Cuidado ao compartilhar informações sigilosas, deixando para fazer isso apenas com pessoas de extrema confiança. Busque ter relações saudáveis com os demais profissionais que trabalham com você e saiba diferenciar os que são apenas colegas e os que podem se tornar grandes amigos. Se perceber que estão fazendo algo de errado, não ajude a encobrir  ou executar certas ações duvidosas (como conseguir ou dar informações específicas, mudar algum relatório, etc).

São tantas as formas que se tem para fraudar ou prejudicar alguém para promover sua autoimagem, que somente com extrema cautela e atenção não se cai na mão desse tipo de pessoa (ardilosa). Assim como somos cuidadosos com pessoas de aparente má índole, o cuidado com a vontade e intenções desse tipo de pessoa (influenciadora, tendenciosa, enganadora, manipuladora) é fundamental. Essas pessoas são desprovidas de coração.

*Presidente da Da Bernt Entschev Human Capital

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23/07/2013 12:05

AMOR À VIDA

Romério Gaspar Schrammel*

A novela “Amor à vida”, ficção, não quero crer que faça escola. Se o Jornal Nacional mostra o atendimento nos hospitais, Amor à Vida revela os bastidores. Deveriam, os meios de comunicação, informar para educar, mas percebemos de que não é bem assim. Volto então para a sala de aula - por amor à vida.

Muitas escolas dão pouco espaço para atividades extremamente importantes. Tinham, os gregos,

a compreensão do pensamento humano que está empenhado em perseguir o belo, o verdadeiro, o bom e o útil. O belo é representado pelas artes, pelos esportes, pois torna a vida mais agradável. O verdadeiro significa a busca da verdade, por isso estudamos. O bom está relacionado à construção da moral, da ética e da compaixão. O útil é um valor mais moderno e cada vez mais procurado na atualidade.  

O belo, dos gregos, em muitas de nossas escolas sequer existe. Já em outras, os alunos destacam-se por exatamente nele investirem. Os esportes provavelmente fornecem um modelo de aprendizagem bem melhor que muitas escolas. Há, pelo menos, oito importantes lições com as quais as escolas se beneficiam, sem, muitas vezes, os profissionais terem conhecimento:

1º- Todos os que praticam esportes têm um sonho. Sonham com o impossível e o fazem acontecer. O campeão deseja quebrar a barreira de dez minutos ou estar no time vencedor. Todos os esportistas, em todos os níveis, têm sonhos, até o de correr na maratona da cidade, aos 65 anos. 2º- Todos têm metas. Você não pode tornar-se um campeão mundial da noite para o dia. Precisa superar obstáculos regularmente ao longo do caminho e celebrar cada êxito assim que for alcançado. 3º- Todos os esportistas combinam mente, corpo e ação. Sabem que suas metas podem ser alcançadas quando unem a atitude mental correta, o preparo físico, a dieta e as habilidades físicas. 4º- Todos têm visão. Aprendem a visualizar sua meta. Aprendem a ver suas conquistas com antecedência. 5º- Todos eles têm paixão. Todos têm um desejo esmagador de se saírem bem. 6º- Cada um tem treinador, orientador e guia. Na verdade, provavelmente, podemos aprender mais sobre educação real a partir do sucesso do sistema de treinamento específico de uma equipe do que da maioria das aulas da própria escola. 7º- Todos os esportistas têm uma atitude positiva em relação a erros. Todos os atletas erraram milhares de vezes ao longo do caminho para se tornarem os primeiros e nenhum professor marcou as falhas - todas foram partes essenciais da aprendizagem. 8º- Todos atingiram as metas fazendo. No esporte, é preciso pôr a mão na massa. Você não conseguirá estar fisicamente apto lendo um livro – embora isso possa ajudá-lo com a teoria. Você não desenvolve os músculos corretos olhando para um aparelho de televisão, mas descobre que os personagens de “Amor à vida” aprenderam bem algumas lições, embora lhes falte, conforme os gregos, dedicar algum tempo ao bom para se qualificarem na moral, na ética e na compaixão. Afinal, o que todos almejamos é mais amor à vida.

*Professor/Diretor da Kann PE

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23/07/2013 08:25

A VOLUBILIDADE DOS SERES HUMANOS

Júlio César S. Santos*

Por Que Muitos Líderes Criam Estereótipos Sobre Seus Liderados? O Que Nos Ensina Geoffrey Chaucer Sobre Personalidades Humanas?

Embora existam inúmeras teorias sobre Liderança a maioria se baseia numa simplicidade atraente, mas perigosamente falha. Elas adotam o pressuposto de que os seres humanos são como enxadristas, ou soldados de chumbo.

Muitas dessas teorias acabam nos fornecendo a “certeza” de que as pessoas se moverão com precisão nessa ou n’aquela direção. Elas acreditam que as pessoas responderão a estímulos externos, muito parecidos aos cães condicionados de PAVLOV.

E assim, a maioria das teorias sobre Liderança se esqueceu de uma importância tendência humana: _ sua volubilidade enlouquecedora.

Tais teorias são montadas sob a dicotomia e sob estereótipo. No caso da TEORIA X e Y – que postula uma dicotomia – é descrita detalhadamente nos muitos textos de Administração e Programas de Treinamento de executivos.

Muitos administradores (X) acham seus empregados preguiçosos, incapazes de assumirem responsabilidades e de não irem além do mínimo esforça.

Outros administradores (Y) veem seus empregados quase perfeitos, verdadeiros dínamos, cheios de dedicação desinteressada.

A teoria funciona muito bem na sala de aula e em seminários corporativos. Mas, as pessoas de verdade são qualquer coisa, menos binárias (X ou Y; A ou B).

Na verdade, pode-se dizer que as pessoas são tão complexas que não podem ser estereotipadas e categorizadas com precisão.

Poucos, na História, comunicaram a personalidade multifacetada e imprevisível do ser humano tão bem quanto Geoffrey Chaucer.

Observador atento da natureza humana, ele era capaz de enxergar tanto o ridículo da pessoa quanto sua tragédia. O seu livro – Contos de Canterbury – começa lustrando a reunião de um grupo de peregrinos numa hospedaria.

O tal grupo era composto de um ilustre cavaleiro, um escudeiro efeminado, um monge gordo, um frade ganancioso, um mercador bem-sucedido, um cozinheiro doente, um arrendatário de terras temente a Deus, um moleiro tocador de gaita e o anfitrião.

Eles concordaram em realizar entre eles um concurso de histórias, enquanto caminhavam até a Catedral de Canterbury.

- O mercador dava impressão de riqueza (chapéu de feltro, botas afiveladas) e, ao mesmo tempo, de falta de interesse pela aparência (roupas multicores). Era dogmático, mas um “excelente camarada” e embora bom comerciante, estava endividado.

- O agente comprador era mais brilhante e habilidoso que os 30 advogados a quem servia. Era excelente em seu trabalho, ainda que analfabeto.

A genialidade de Chaucer, porém residia em não permitir que suas personagens fossem estereotipadas, apresentando uma versão do indivíduo que desafiava a fácil rotulação. Esse curioso grupo lembra-nos o quão são complexos os indivíduos e não unidimensionais. “Cada indivíduo é uma coleção de eus”, informa-nos a psicóloga Leona Thler.

Os paradoxos são o que fazem as pessoas (assim como os personagens de Chaucer), tão fascinantemente humanas e produtivas. Muitas vezes, as pessoas menos prováveis inventaram alguns dos mais bem sucedidos produtos:

Pode-se imaginar como Chaucer descreveria King Gillette, o modesto caixeiro-viajante de cortiças que inventou a lâmina de barbear. Ou, os dois músicos que inventaram o filme “Kodachrome”.

Ou o advogado especializado em patentes que descobriu a “xerografia”. O funerário que criou a discagem telefônica automática. E o veterinário que criou o pneumático.

O ponto principal sobre Liderança que aprendermos com Chaucer é que as pessoas não são estereótipos. Rotulação, classificação ou qualquer outro tipo de categorização pode nos levar a não perceber algumas importantes potencialidades nos seres humanos.

E, aqueles que enxergamos apenas como mais um colega de trabalho, pode vir a ser o próximo grande sucesso da organização onde ambos trabalham.

*Articulista e cutor do livro “Trabalho e Vida Pessoal  50 Contos selecionados”

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18/07/2013 08:41

GESTOR, ALIMENTO ESPIRITUAL

Para ser um bom gestor e fazer sua equipe brilhar há necessidade do alimento espiritual. Nada melhor do que fazer boas leituras. Afinal, você gestor, precisa de novas ideias e motivação. Gestor leitor, da linguagem e da realidade, faz toda a diferença.

Os cinco desafios das equipes, de Patrick Lencioni

“The five dysfunctions of a team: A leadership fable” (título original), no livro,  o autor Patrick Lencioni narra a história de uma mulher que se torna presidente de uma famosa empresa do Vale do Silício e tem, a princípio, uma equipe disfuncional, mas consegue virar o jogo. A obra faz uma análise dos cinco distúrbios e encaminha os leitores a avaliares suas empresas. O best seller agora tem também uma versão em mangá.  Editado pela Campus, preço em torno de 50 reais.

Blink: A decisão num piscar de olhos, de Malcolm Gladwell

“Blink: The power of  thinking without think”, no título original em inglês, trata basicamente da intuição e da capacidade de tomar decisões rápidas, sem uma análise profunda. Nele, o autor Malcolm Gladwell discorre sobre como os primeiros segundos de uma reação podem ser decisivos no trabalho e até mesmo na vida pessoal.  Editado pela Rocco, preço em torno de 37 reais. 

Drive: A surpreendente história sobre aquilo que nos motiva, de Daniel H. Pink

Com o título original de “Drive: The surprising truth about what motivate us”, o livro de Daniel H. Pink defende que o segredo do sucesso e da excelência é a necessidade do ser humano de criar algo novo, melhorar a si mesmo e o mundo. Baseado em 40 anos de estudos sobre a motivação, Pink apresenta aos leitores empresas, cientistas e empresários que buscaram novos caminhos e sugere técnicas criativas para colocar em prática. Editado pela Estrela Polar, preço em torno de 42 reais. 

Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes: Lições poderosas para a transformação pessoal, de Stephen R. Covey

Clássico no mundo dos negócios, “The 7 habits of highly effective people: Powerful lessons in personal change” é um “guia” com sete lições para fazer do leitor um melhor gestor. Dos hábitos, três são referentes a mudanças para o crescimento da própria personalidade, três referentes a mudanças de comportamento nas relações com os outros, e um sobre renovação. De acordo com a obra, a base para o sucesso está nesses hábitos. Editado pela Best Seller, preço em torno de 50 reais.

Fora de série, de Malcolm Gladwell

“Outliers: The story of the success” foi escrito pelo jornalista da The New Yorker Malcolm Gladwell. No livro, Gladwell fala de como a trajetória de gênios que revolucionaram o mundo em diferentes áreas (os fora de série) é construída não só pelo talento excepcional que eles têm. A obra é baseada em nomes como Bill Gates, Mozart e até mesmo os Beatles. Malcolm destaca a importância das relações para o sucesso e aponta que para se alcançar a excelência, em qualquer tipo de atividade, são necessárias pelo menos 10 mil horas e prática, ou seja, 20 horas de prática por semana, durante 10 anos. Editado pela Sextante, preço em torno de 18 reais. 

Good do Great: Empresas feitas para vencer, de Jim Collins

“Good to great: Why some companies make the leap... and others don’t” nele, o autor Jim Collins procura mostrar como empresas com uma boa organização podem se tornar ótimas. A base para a obra foi uma pesquisa realizada entre companhias norte-americanas. Editado pela Campus, preço em torno de quarenta e dois reais.

Rápido e devagar, de Daniel Lahneman

O livro é de autoria do professor Daniel Kahneman, Nobel de Economia em 2002. A obra de título original “Thinking, fast and slow” estabelece um comparativo entre dois modos de pensamento que controlam a mente humana: o rápido, emocional e intuitivo; e o lento, lógico e ponderado. No estudo da interação entre esses dois sistemas, o leitor pode aprender a confiar ou não na sua intuição e estabelecer técnicas para evitar falhas. A obra está há cerca de quatro meses entre os best sellers. Editado pela Objetiva, preço em torno de 35 reais.

Um guia de conhecimento em gerenciamento de projetos – Guia Pmbok

“A guide to the project management body of knowledge:PMBOK(R) Guide” é um guia sobre como gerir projetos elaborado pela primeira vez em 1983, por voluntários do Project Management Institute (PMI®). Desde então, é reconhecido como padrão mundial para a área. O livro contém as práticas fundamentais para que os gestores alcancem a excelência em projetos. Editado pela Saraiva, preço em torno de 140 reais.

Faça acontecer: Mulheres, trabalho e a vontade de liderar, de Sherleyl Sandberg

De título original “Lean in: Women, work and the will to lead”, nesta obra, a autora Sheryl Sandberg, eleita pela revista Forbes uma das dez mulheres mais poderosas do mundo e braço direito de Mark Zuckerberg, discute o porquê de as mulheres ainda terem uma pequena porcentagem nos papéis de liderança no mundo dos negócios.  Em tom bem humorado, ela reflete sobre os acertos e erros de sua trajetória e encoraja as mulheres a sonharem alto. A versão em português tem extras com dados sobre as mulheres e as empresas no Brasil e um prefácio escrito pela presidente do Magazine Luiza, Luiza Trajano. Editado pela Companhia das Letras, preço em torno de 25 reais.

Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dale Carnegie

Com mais de 50 milhões de cópias vendidas no mundo todo, “How to win friends and influence people”, foi escrito por Dale Carnegie em 1936 e é considerado um dos pioneiros da autoajuda. Na obra, Carnegie, que teve uma infância pobre e tornou-se um dos maiores palestrantes do mundo, afirma que o sucesso financeiro de uma empresa é dividido entre 15% de know-how e 85% de capacidade de se comunicar, liderar e criar entusiasmo nos grupos de trabalho. O título já figura entre os mais vendidos há quase três anos. Editado pela Editora Nacional, preço em torno de 55 reais.

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16/07/2013 13:14

BRASIL FORMA MUITO MAL SEUS PROFESSORES

Paula Louzano – por Antônio Gois*

Em comparação com países que obtêm bons resultados na Educação, o Brasil comete um grave erro ao ser pouco claro na definição do currículo da educação básica. Este equívoco é agravado pelo fato de que, por aqui, orientações pouco claras sobre o que e como ensinar acabam caindo nas mãos de professores muitas vezes mal formados, mas com autonomia total para escolher como trabalhar conteúdos em sala de aula.

Este é o diagnóstico de Paula Louzano, professora da USP e doutora em Educação pela Universidade de Harvard, que apresentou há dez dias, no Conselho Nacional de Educação, um estudo comparativo sobre a organização do currículo brasileiro e a de outros oito países: Austrália, Cuba, Chile, Estados Unidos, Finlândia, Portugal, México e Nova Zelândia.

O que distingue o currículo brasileiro daqueles dos países que você pesquisou?

É o grau de especificação pelo governo (nacional, estadual ou municipal) do que deve ser ensinado em comparação com o que é definido pelo professor ou pelas escolas. No âmbito internacional, os países que outorgam maior autonomia a seus professores e escolas são Finlândia e Nova Zelândia. E estes países especificam muito mais o que deve ser ensinado em sala de aula em seus documentos nacionais do que nós fazemos. É verdade que no Brasil alguns estados e municípios definem o que deve ser ensinado em suas orientações curriculares, mas este não é um esforço nacional, e, portanto depende da capacidade técnica e dos recursos disponíveis em cada ente federado. Isso gera desigualdade, já que os estados e municípios maiores e mais ricos foram justamente os que conseguiram realizar esta tarefa. Além disso, a nossa legislação determina que devemos ter uma base curricular comum a nível nacional, e este modelo de especificação do currículo pelos entes federados não necessariamente representa isso.

O país com melhores resultados na Educação no mundo é a Finlândia. E, lá, professores e escolas têm alto grau de autonomia na hora de elaborar o plano de aula. Por que lá dá certo e aqui não?

Sim, é fato que a Finlândia é o país que outorga maior autonomia a seus professores e escolas. No entanto, se nos atemos à legislação vigente, há no geral mais autonomia curricular no Brasil que na Finlândia. Nossas diretrizes curriculares nacionais não definem o que deve ser ensinado com o nível de especificação do currículo nacional finlandês. Além disso, o currículo nacional finlandês estabelece o que é considerado um desempenho adequado no final de cada ano, em cada uma das disciplinas. Com esta informação, o professor avalia o desempenho de seus alunos, e por isso não há avaliação externa lá. O professor avalia o aluno, mas o critério é comum.

Vale lembrar que há 20 anos a Finlândia especificava muito mais seu currículo centralmente, e, portanto dava menos autonomia aos professores. Naquele momento, o país decidiu que queria investir na construção desta autonomia docente e o fez progressivamente, aumentando o rigor e a qualidade dos cursos de formação inicial de professores e, simultaneamente, diminuindo a especificação curricular e colocando a avaliação na mão do docente. Para ser professor na Finlândia, hoje, é necessário um curso de nove mil horas, com sete anos de duração, sendo que um terço delas corresponde a uma espécie de residência pedagógica: o futuro professor estagia em uma escola onde um professor tutor se responsabiliza junto com a universidade por sua formação.

O Brasil especifica pouco seu currículo e forma muito mal seus professores — hoje 30% das matrículas nos cursos de formação de professores são à distância —, ou seja, esperamos que professores mal formados, que muitas vezes têm pouco domínio do conteúdo ser ensinado, tenham autonomia total.

Na América Latina, Chile e Cuba são os mais citados como modelos na Educação. Como é o currículo nestes países e em que eles diferem do Brasil?

O Chile especifica o que deve ser ensinado a nível nacional e deixa pouco ou quase nenhum espaço para a escola. No entanto, não especifica centralmente como ensinar. Esta é uma decisão dos professores e das escolas.

Em Cuba, o governo define e especifica em detalhes o que e como se deve ensinar em cada uma das disciplinas, incluindo a sequência em que os conteúdos são apresentados e o tempo dedicado a cada um deles.

Estes dois países são unitários, o que deve ser levado em conta, já que o Brasil é federativo. Não digo que isto impede definições nacionais. Austrália, México e Estados Unidos, também federativos, fizeram especificações curriculares nacionais. Mas, nestes países, a especificação tende a ser menor: há mais espaço para outras instâncias intermediárias, como estados e municípios, intervirem.

Você acha que seria adaptável ao Brasil este modelo existente em alguns países, como Cuba, em que os documentos de orientação aos professores não apenas dizem o que ensinar, mas como ensinar?

Não acredito neste modelo de controle total do trabalho docente nem que ele caiba no nosso país. Isto não quer dizer que o que temos seja suficiente.

Devemos nos aproximar do modelo de países como Finlândia, Nova Zelândia e Austrália, ou mesmo Estados Unidos, onde há uma especificação nacional sobre o que ensinar, mas que é flexível e deixa espaço para a diversidade de métodos e caminhos. Por exemplo, a Finlândia determina que o aluno no final do segundo ano deve saber frações simples como metade, um terço e um quarto. Como o professor ensina isso e quando é uma decisão dele.

Mas é importante frisar que estamos longe disso, já que nossas diretrizes curriculares nacionais não fazem nem isso.

A reforma curricular teria impactos imediatos na qualidade do ensino ou seria preciso esperar uma geração de professores formados a partir de uma nova base para colher os frutos?

O currículo por si não garante a melhoria da qualidade da Educação, e sua definição não vai trazer impacto imediato se não vier acompanhada de sua implementação, o que envolve capacitação dos professores para implementá-lo.

Este tem sido o problema nos Estados Unidos. O Common Core (currículo base) estabeleceu habilidades pouco trabalhadas pelos professores antes de sua adoção — como, por exemplo, a complexidade textual. Os profissionais não estavam preparados para ensinar esta habilidade, e não havia material didático. Isto tem dificultado a implementação deste novo currículo. Por melhor que seja um currículo, sem a sua implementação na sala de aula ele não vale nada. Segundo Michael Fullan (pesquisador em Educação da Universidade de Toronto), 25% do sucesso de uma reforma dependem da sua aprovação ou desenho e 75%, de sua implementação.

Apesar de não garantir a melhoria, o currículo é uma base fundamental e um norte para as demais políticas, como a avaliação, os materiais didáticos e a formação dos professores. Como avaliamos nossos alunos com uma prova padronizada se não temos currículo? Isso é um contrassenso e explica por que a avaliação tem se transformado em currículo no Brasil.

No caso brasileiro, já que somos uma federação com tanta diversidade regional e cultural, faz sentido exigir um currículo mínimo para todas as escolas?

Sim, por um tema de equidade e igualdade de oportunidades. Não é possível que alguns brasileiros tenham acesso a um conjunto de conhecimentos acumulados pela sociedade e outros não. E que o local, a família e o grupo social em que uma criança nasça determinem o tipo de conhecimento a que ela vai ter acesso. A diminuição das desigualdades é a força motriz por trás desta política na maioria dos países, e deveria ser ainda mais forte aqui no Brasil, já que somos um dos países mais desiguais do mundo.

 (* O Globo Educação - 15/07/2013 - Rio de Janeiro, RJ)

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06/07/2013 11:26

QUALIDADES

Dicas que favorecem a qualidade de seu desempenho no ambiente de trabalho:

  • Pensar positivo é qualidade.

Ao acordar, não permita que algo que saiu errado ontem seja o primeiro tema para tornar seu trabalho cada vez mais eficaz.

  • Ser educado é qualidade.

Ao entrar no prédio de sua escola, cumprimente cada um que lhe dirigir o olhar, mesmo que não seja seu amigo ou colega.

  • Ser organizado é qualidade.

Seja metódico ao abrir seu armário, fazer uso do material, disponibilizar os recursos ao redor. Comece relembrando os objetivos e metas de ontem e os compromissos de hoje.

  • Ser cauteloso é qualidade.

Não se deixe envolver pela primeira informação de erro recebida de quem talvez não saiba de todos os detalhes. Junte mais dados que lhe permitam obter um parecer correto sobre o assunto.

  • Respeitar as coisas alheias é qualidade.

Use os equipamentos e os materiais da escola com moderação e sem desperdícios.

  • Ser atencioso é qualidade.

Quando alguém lhe buscar, tente adiar sua própria tarefa, pois quem veio lhe procurar deve estar precisando bastante de sua ajuda e confia em você. Esse alguém ficará feliz pelo auxílio que você lhe der.

  • Respeitar a saúde é qualidade.

Não deixe de se alimentar na hora do almoço, ainda que seja um pequeno lanche; respeite suas necessidades físicas. Se você adoecer, dezenas de tarefas terão de aguardar a sua volta, menos aquelas que acabarão por sobrecarregar seu colega.

  • Cumprir o combinado é qualidade.

Dentro do possível, procure organizar sua agenda para os próximos 10 dias. Não fique trocando datas, principalmente pouco tempo antes do evento. Lembre-se de que você afetará o horário de vários colegas.

  • Ter paciência é qualidade.

Ao comparecer aos eventos, leve tudo o que for preciso para a ocasião, principalmente, suas idéias, divulgando-as sem receio. O máximo que pode ocorrer é não serem aceitas. Talvez mais tarde você tenha uma nova chance. Saiba esperar.

  • Falar a verdade é qualidade.

Não prometa para impressionar quem lhe ouve. A verdade constrói e credibilidade.

  • Amar a família e os amigos é a maior das qualidades.

Ao encerrar o expediente, esqueça o trabalho. Pense como vai ser bom chegar em casa e rever a família ou os amigos que lhe dão segurança para desenvolver suas tarefas com equilíbrio.

A qualidade não se resume unicamente em produzir muito e fazer bem-feito. Humanizar o ambiente de trabalho é fator muito importante. Respeitar as diferenças, colaborar de boa vontade, comprometer-se com a harmonia geral, é ter qualidade. Para alcançarmos qualidade é preciso considerar, além da nossa qualificação profissional, o nosso aperfeiçoamento moral. Pensemos nisso!

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04/07/2013 18:03

UM BOM PROFESSOR É O MELHOR COMEÇO

Priscila Cruz*

Certamente precisamos avançar no financiamento da educação no Brasil, pois o investimento por aluno é baixo se comparado com outros países. Mas não existe solução simples para problemas complexos, como a educação.

Assim, é preciso que exista uma articulação de políticas, sem remendos temporários, com soluções estruturantes. Quando falamos em investimento, é preciso falar também, necessariamente, de gestão e de como as políticas são implementadas.

Existe, em geral, uma glamorização muito maior da concepção das políticas, dos debates públicos e das defesas ideológicas acaloradas do que da execução diária, do desdobramento dos processos e da rotina de execução.

É preciso valorizar a excelência da implementação – planos, por melhores que sejam, só têm resultados se bem implementados. Isso explica por que municípios com gastos semelhantes por aluno têm resultados tão diferentes.

Boa gestão significa fazer boas escolhas. Uma escolha imperativa é focar os professores. Um bom professor é o melhor começo. O bom professor é o fator isolado com o maior potencial de aumentar a qualidade da educação.

Assim, para que o aumento dos recursos na educação proveniente dos royalties do petróleo não se perca em políticas desfocadas, melhor seria direcioná-lo ao professor.

Um professor que passar a ganhar mais automaticamente dará melhores aulas? Dificilmente. Mas, se quisermos dar um passo efetivo para melhorar a atratividade da carreira docente, especialmente entre os melhores alunos do ensino médio, precisamos fazê-lo o mais rápido possível.

Isso porque, além da desvalorização da carreira, em muitas áreas e há muito tempo, há grave escassez de professores, notadamente em exatas.

É preciso ainda enfrentar remunerar mais professores que faltam menos, que se esforçam, preparam as aulas e não deixam alunos para trás.

Mais remuneração e valorização social devem ser acompanhadas de mais resultados. E resultados para os alunos. Não podemos esquecer que é para isso que políticas educacionais existem.

* Diretora-executiva do movimento Todos Pela Educação / Folha de S.Paulo/4, jul. 2013 https://www.revistadigital.com.br/

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