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21/10/2013 20:41

A GESTÃO DO DIRETOR DE ESCOLA

  1. Fundamentação e princípios da educação e da gestão escolar

A ação do diretor escolar será tão limitada quão limitada for sua concepção sobre a educação, a gestão escolar e o seu papel profissional na liderança e organização da escola. Essa concepção se constrói a partir do desenvolvimento de referencial de fundamentos legais e conceituais que embasem e norteiem o seu trabalho.

Competências de fundamentação da educação e da gestão escolar

DIRETOR:

  1. Garante o funcionamento pleno da escola como organização social, com o foco na formação de alunos e promoção de sua aprendizagem, mediante o respeito e aplicação das determinações legais nacionais, estaduais e locais, em todas as suas ações e práticas educacionais.
  2. Aplica nas práticas de gestão escolar e na orientação dos planos de trabalho e ações promovidas na escola, fundamentos, princípios e diretrizes educacionais consistentes e em acordo com as demandas de aprendizagem e formação de alunos como cidadãos autônomos, críticos e participativos.
  3. Promove na escola o sentido de visão social do seu trabalho e elevadas expectativas em relação aos seus resultados educacionais, como condição para garantir qualidade social na formação e aprendizagem dos alunos.
  4. Define, atualiza e implementa padrões de qualidade para as práticas educacionais escolares, com visão abrangente e de futuro, de acordo com as demandas de formação promovidas pela dinâmica social e econômica do país, do estado e do município.
  5. Promove e mantém na escola a integração, coerência e consistência entre todas as dimensões e ações do trabalho educacional, com foco na realização do papel social da escola e qualidade das ações educacionais voltadas para seu principal objetivo: a aprendizagem e formação dos alunos.
  6. Promove na escola o sentido de unidade e garante padrões elevados de ensino, orientado por princípios e diretrizes inclusivos, de eqüidade e respeito à diversidade, de modo que todos os alunos tenham sucesso escolar e se desenvolvam o mais plenamente possível.
  7. Articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das ações educacionais, como condição para garantir a unidade de trabalho e desenvolvimento equilibrado de todos os segmentos da escola, na realização de seus objetivos, segundo uma perspectiva interativa e integradora.
  8. Adota em sua atuação de gestão escolar uma visão abrangente de escola, um sistema de gestão escolar e uma orientação interativa, mobilizadora dos talentos e competências dos participantes da comunidade escolar, na promoção de educação de qualidade.
  1. Planejamento e organização do trabalho escolar

Planejar é fazer possível o necessário

Helmar Nahs, matemático alemão.

A melhor forma de viver o futuro é criá-lo.

Competências de planejamento e organização do trabalho escolar

O DIRETOR:

  1. Estabelece na escola a prática do planejamento como um processo fundamental de gestão, organização e orientação das ações em todas as áreas e segmentos escolares, de modo a garantir a sua materialização e efetividade.
  2. Orienta a elaboração de planos de ação segundo os princípios e normas do planejamento, como instrumento de delineamento de política e estratégia de ação.
  3. Promove e lidera a elaboração participativa, do Plano de Desenvolvimento da Escola e o seu Projeto Político-Pedagógico, com base em estudo e adequada compreensão sobre o sentido da educação, suas finalidades, o papel da escola, diagnóstico objetivo da realidade social e das necessidades educacionais dos alunos e as condições educacionais para atendê-las.
  4. Orienta e coordena a elaboração de planos de ensino e de aula pelos professores, a serem adotados como instrumento norteador do processo ensino- aprendizagem, segundo as proposições legais de educação e o Projeto Político-Pedagógico da escola.
  5. Promove o delineamento de visão, missão e valores com os participantes da comunidade escolar e a sua tradução em planos específicos de ação, de modo a integrá-los na organização e modo de fazer das diferentes áreas de atuação da escola.
  6. Promove a realização sistemática de diagnóstico da realidade escolar, avaliação institucional e compreensão dos seus desafios e oportunidades, como subsídios para a elaboração de planos de melhoria.
  7. Estabelece o alinhamento entre o Projeto Político-Pedagógico, Plano de Desenvolvimento da Escola e o Regimento Escolar e sua incorporação nas ações educacionais.
  8. Reforça e orienta a prática de planejamento em diversos níveis e âmbitos de ação como instrumento de orientação do trabalho cotidiano, de modo a dar-lhe unidade, organização, integração e operacionalidade.
  1. Monitoramento de processos educacionais e avaliação institucional

Monitoramento e avaliação são duas faces de uma mesma moeda que representa o cuidado e o interesse por determinar a qualidade efetiva do trabalho realizado.

Competências de monitoramento de processos educacionais e avaliação institucional

O DIRETOR:

  1. Estabelece na escola práticas de monitoramento de todos os processos educacionais e de avaliação de seus resultados, em todos os segmentos de atuação, com foco na maior efetividade das ações promovidas e melhores resultados de aprendizagem e formação dos alunos.
  2. Avalia continuamente o entendimento sobre os significados atribuídos ao monitoramento e avaliação de resultados pelos participantes da comunidade escolar, de modo a superar distorções e limitações em relação ao seu caráter pedagógico e construtivo.
  3. Envolve e orienta a todos os participantes da comunidade escolar na realização contínua de monitoramento de processos e avaliação de resultados de suas atuações profissionais.
  4. Promove ações, estratégias e mecanismos de acompanhamento sistemático da aprendizagem dos alunos em todos os momentos e áreas, envolvendo a comunidade escolar, estabelecendo, a partir de seus resultados, as necessárias ações para melhorar seus resultados.
  5. Promove o monitoramento, de forma participativa e contínua, da implementação do Projeto Político-Pedagógico da escola, produzindo as adaptações necessárias ao planejado e suas ações, face a alterações de condições e necessidades previstas e emergentes.
  6. Cria sistema de integração de resultados do monitoramento e avaliação de modo a agregar os dados e informações sobre o desempenho escolar e processos de sua promoção nos diversos segmentos e dimensões de atuação, em estreita relação com seus planos de ação.
  7. Utiliza e orienta a aplicação de resultados do monitoramento e avaliação na tomada de decisões, planejamento e organização do trabalho escolar com foco na melhoria da aprendizagem dos alunos.
  8. Delineia um plano de monitoramento e avaliação abrangente dos processos de gestão da escola, em todas as suas áreas de atuação, e de seus resultados.
  9. Adota sistema de indicadores educacionais para orientar a coleta e análise de dados sobre os processos educacionais como condição para monitorar e avaliar o seu desempenho, de acordo com os objetivos e padrões educacionais.
  1. Gestão de resultados educacionais

Por melhores que sejam os processos de gestão escolar, pouco valor terão, caso não produzam resultados efetivos de melhoria da aprendizagem dos alunos.

Competências de gestão de resultados educacionais

O DIRETOR:

  1. Orienta todos os segmentos e áreas de atuação da escola na definição de desempenho de qualidade na escola e na verificação de seu atendimento.
  2. Analisa comparativamente os indicadores de desempenho da escola, nos últimos anos, identificando avanços e aspectos em que é necessária maior concentração de esforços para sua melhoria.
  3. Promove e orienta a aplicação sistemática de mecanismos de acompanhamento da aprendizagem dos alunos, de modo a identificar alunos e áreas de aprendizagem que necessitam de atenção pedagógica diferenciada e especial, de forma individual e coletiva.
  4. Analisa comparativamente os indicadores de rendimento de sua escola com os referentes ao âmbito nacional (IDEB, SAEB, Prova Brasil, etc), estadual e local, porventura existentes e estabelece metas para a sua melhoria.
  5. Informa a comunidade escolar e local sobre as estatísticas ou indicadores produzidos por avaliações externas, como o SAEB, IDEB, Prova Brasil, Provinha, ENEM, discutindo o significado desses indicadores de modo a identificar áreas para a melhoria da qualidade educacional.
  6. Diagnostica diferenças de rendimento e condições de aprendizagem dos alunos de sua escola, identificando variações de resultados em subgrupos e condições para superar essas diferenças.
  7. Adota sistema de indicadores educacionais para orientar a coleta e análise de dados sobre os processos educacionais como condição para monitorar e avaliar o seu desempenho.
  8. Promove na escola o compromisso de prestação de contas aos pais e à comunidade sobre os resultados de aprendizagem e uso dos recursos alocados ao estabelecimento de ensino.
  1. Gestão democrática e participativa

Escola democrática é aquela em que os seus participantes estão coletivamente organizados e compromissados com a promoção de educação de qualidade para todos.

Competências de gestão democrática e participativa

O DIRETOR:

  1. Lidera e garante a atuação democrática efetiva e participativa do Conselho Escolar ou órgão colegiado semelhante, do Conselho de Classe, do Grêmio Estudantil e de outros colegiados escolares.
  2. Equilibra e integra as interfaces e diferentes áreas de ação da escola e a interação entre as pessoas, em torno de um ideário educacional comum, visão, missão e valores da escola.
  3. Lidera a atuação integrada e cooperativa de todos os participantes da escola, na promoção de um ambiente educativo e de aprendizagem, orientado por elevadas expectativas, estabelecidas coletivamente e amplamente compartilhadas.
  4. Demonstra interesse genuíno pela atuação dos professores, dos funcionários e dos alunos da escola, orientando o seu trabalho em equipe, incentivando o compartilhamento de experiências e agregando resultados coletivos.
  5. Estimula participantes de todos os segmentos da escola a envolverem-se na realização dos projetos escolares, melhoria da escola e promoção da aprendizagem e formação dos alunos, como uma causa comum a todos, de modo a integrarem-se no conjunto do trabalho realizado.
  6. Estimula e orienta a participação dos membros mais apáticos e distantes, levando-os a apresentar suas contribuições e interesses para o desenvolvimento conjunto e do seu próprio desenvolvimento.
  7. Mantém-se a par das questões da comunidade escolar e interpreta construtivamente seus processos sociais, orientando o seu melhor encaminhamento.
  8. Promove práticas de co-liderança, compartilhando responsabilidades e espaços de ação entre os participantes da comunidade escolar, como condição para a promoção da gestão compartilhada e da construção da identidade da escola.
  9. Promove a articulação e integração entre escola e comunidade próxima, com o apoio e participação dos colegiados escolares, mediante a realização de atividades de caráter pedagógico, científico, social, cultural e esportivo.
  1. Gestão de pessoas

Nenhuma escola pode ser melhor do que as pessoas que nela atuam e do que a competência que põem a serviço da educação.

Competências de gestão de pessoas na escola

O DIRETOR:

  1. Promove a gestão de pessoas na escola e a organização de seu trabalho coletivo, focalizada na promoção dos objetivos de formação e aprendizagem dos alunos.
  2. Promove a prática de bom relacionamento interpessoal e comunicação enter todas as pessoas da escola, estabelecendo canais de comunicação positivos na comunidade escolar.
  3. Auxilia na interpretação de significados das comunicações praticadas na comunidade escolar, fazendo-as convergir para os objetivos educacionais.
  4. Desenvolve na escola ações e medidas que a tornem uma verdadeira comunidade de aprendizagem, na qual todos aprendem continuamente e constroem, de forma colaborativa, conhecimentos que expressem e sistematizem essa aprendizagem.
  5. Envolve de maneira sinérgica todos os componentes da escola, motivando e mobilizando talentos para a articulação de trabalho integrado, voltado para a realização dos objetivos educacionais e a melhoria contínua de desempenho profissional.
  6. Promove na escola rede de relações interpessoais orientada pela solidariedade, reciprocidade e valores educacionais elevados.
  7. Promove e orienta a troca de experiências entre professores e sua interação, como estratégia de capacitação em serviço, desenvolvimento de competência profissional e melhoria de suas práticas.
  8. Cria rede interna e externa de interação e colaboração visando o reforço, fortalecimento e melhoria de ações educacionais e criação de ambiente educacional positivo.
  9. Facilita as trocas de opiniões, idéias e interpretações sobre o processo socioeducacional em desenvolvimento na escola, mediante a metodologia do diálogo, atuando como moderador em situações de divergências e de conflito.
  1. Gestão Pedagógica

Boa escola é aquela em que os alunos aprendem, alargam seus horizontes e desenvolvem competências para a vida.

Competências de gestão pedagógica

O DIRETOR:

  1. Promove a visão abrangente do trabalho educacional e do papel da escola, norteando suas ações para a promoção da aprendizagem e formação dos alunos.
  2. Lidera na escola a orientação da ação de todos os participantes da comunidade escolar pelas proposições do projeto político-pedagógico e do currículo escolar.
  3. Promove orientação de ações segundo o espírito construtivo de superação de dificuldades e desafios, com foco na melhoria contínua dos processos pedagógicos voltados para a aprendizagem e formação dos alunos.
  4. Cria na escola um ambiente estimulante e motivador orientado por elevadas expectativas de aprendizagem e desenvolvimento, auto-imagem positiva e esforço compatível com a necessária melhoria dos processos educacionais e seus resultados.
  5. Promove a elaboração e atualização do currículo escolar, tendo como parâmetro o Referencial Curricular da Secretaria de Educação, as Diretrizes Curriculares Nacionais, os Parâmetros Curriculares Nacionais, bem como a evolução da sociedade, ciência, tecnologia e cultura, na perspectiva, nacional e internacional.
  6. Orienta a integração horizontal e vertical de todas as ações pedagógicas propostas no projeto pedagógico e a contínua contextualização dos conteúdos do currículo escolar com a realidade.
  7. Estabelece a gestão pedagógica como aspecto de convergência de todas as outras dimensões de gestão escolar.
  8. Identifica e analisa a fundo limitações e dificuldades das práticas pedagógicas no seu dia-a-dia, formulando e introduzindo perspectivas de superação, mediante estratégias de liderança, supervisão e orientação pedagógica.
  9. Acompanha e orienta a melhoria o processo ensino-aprendizagem na sala de aula mediante observação e diálogo de feedback correspondente.
  10. Articula as atividades extra-sala de aula e orientadas por projetos educacionais diversos com as áreas de conhecimento e plano curricular, de modo a estabelecer orientação integrada.
  11. Orienta, incentiva e viabiliza oportunidades pedagógicas especiais para alunos com dificuldades de aprendizagem e necessidades educacionais especiais.
  12. Promove e organiza a utilização de tecnologias da informação computadorizada (TIC) na melhoria do processo ensino-aprendizagem.
  1. Gestão administrativa

Zelar pelos bens da escola, fazer bom uso deles, contribuir para sua manutenção são elementos básicos da formação dos alunos, além de condição para a realização de processo pedagógico de qualidade.

Competências de gestão administrativa na escola

O DIRETOR:

  1. Gerencia a correta e plena aplicação de recursos físicos, materiais e financeiros da escola para melhor efetivação dos processos educacionais e realização dos seus objetivos.
  2. Promove na escola a organização, atualização e correção de documentação, escrituração, registros de alunos, diários de classe, estatísticas, legislação, de modo a serem continuamente utilizados na gestão dos processos educacionais.
  3. Assegura a constituição, de forma permanente na escola, de ambiente limpo, organizado e com materiais de apoio e estimulação necessários à promoção da aprendizagem dos alunos e sua formação para a cidadania e respeito ao meio ambiente.
  4. Coordena e orienta a administração de recursos financeiros e materiais e a sua prestação de contas correta e transparente, de acordo com normas legais, seja os recursos obtidos diretamente de fontes mantenedoras, seja os obtidos por parcerias e atividades de arrecadação.
  5. Promove a utilização plena dos recursos e equipamentos disponíveis na escola, para a realização do trabalho pedagógico, mediante planejamento sistemático dessa utilização.
  6. Assegura, mediante contínuo monitoramento, o cumprimento dos 200 dias letivos e das 800 horas de trabalho educacional (art. 24 da LDB 9394/96) com o envolvimento do educando e do professor no efetivo processo de ensino e aprendizagem.
  7. Verifica a correção de utilização de materiais, o suprimento e a necessidade de compras e obtenção de produtos, mediante a análise de mapas de controle de estoque, de compra e de consumo.
  8. Zela pela manutenção das condições de uso dos bens patrimoniais disponíveis na escola mediante contínuo inventário dos mesmos e providência de consertos imediatos.
  9. Promove a formulação de diretrizes e normas de funcionamento da escola e a sua aplicação, tomando as providências necessárias para coibir atos que contrariem os objetivos educacionais, assim como apurando qualificadamente as irregularidades que venham a ocorrer em relação às boas práticas profissionais.
  10. Utiliza tecnologias da informação na organização e melhoria de processos de gestão em todos os segmentos da escola.
  11. Cria na escola uma cultura de cidadania orientada pelo sentido de responsabilidade no cuidado e bom uso do patrimônio escolar, espaços, equipamentos e materiais.
  1. Gestão da cultura organizacional da escola

“Somos o que pensamos”, uma vez que, de acordo com o nosso pensamento, nos orientamos para sentir e agir de uma determinada forma, criando e reforçando as condições que nos rodeiam.

Competências da gestão da cultura organizacional da escola

O DIRETOR:

  1. Promove na escola um ambiente orientado por valores, crenças, rituais, percepções, comportamentos e atitudes em consonância com os fundamentos e objetivos legais e conceituais da educação e elevadas aspirações da sociedade.
  2. Realiza inventário e avalia a cultura organizacional existente na escola, identificando suas fortalezas e desafios em relação à compatibilidade com as condições necessárias à aprendizagem e formação dos alunos.
  3. Identifica e compreende as expressões de preconceitos e tendenciosidades prejudiciais à formação e aprendizagem de todos os alunos e as práticas educacionais convergentes necessárias para esses objetivos.
  4. Influencia positivamente o modo institucionalizado de pensar dos participantes da comunidade escolar, fazendo-o convergir em torno do ideário educacional formulado para orientar a ação educacional da escola.
  5. Analisa as forças de poder existentes na escola, os valores que as orientam e seu papel na escola e age fazendo-as convergir para o empoderamento conjunto de todos e da escola.
  6. Estabelece na escola um modo de ser e de fazer dinâmico, positivo, aberto e orientado para sua contínua transformação na construção de ambiente educacional positivo em que a aprendizagem é um valor.
  7. Promove a convergência entre os valores educacionais e as práticas cotidianas da escola, de modo que estas os traduzam e expressem, mediante a maior convergência possível.
  1. Gestão do cotidiano escolar

O conceito de cotidiano escolar é importante por colocar em evidência a realidade da escola como ela é, que se constitui em elemento importante da ação educacional.

Competências de gestão do cotidiano escolar

O DIRETOR:

  1. Observa e influencia as regularidades do cotidiano escolar, como por exemplo, a conduta de professores, funcionários e alunos, o modo como respondem a desafios, como interagem entre si, a ocorrência de conflitos e sua natureza, etc., com foco na efetividade do processo educacional, promoção da aprendizagem e formação dos alunos.
  2. Promove no cotidiano da escola a adoção de regularidades e rotinas de procedimentos capazes de maximizar os efeitos positivos das práticas e processos educacionais.
  3. Adota uma perspectiva proativa e pedagógica na promoção de condições necessárias à superação das regularidades que prejudicam a formação de ambiente escolar educativo.
  4. Promove condições para a construção de disciplina escolar mediante a formação de hábitos de organização pessoal e cognitiva nos processos educacionais, envolvendo a escola como um todo, a sala de aula e o horário de recreio.
  5. Promove o bom aproveitamento do tempo escolar em todas as ações escolares, orientando a sua organização nas aulas e no calendário escolar e o seu uso máximo na promoção da aprendizagem plena de todos os alunos.
  6. Incorpora no cotidiano da escola a utilização da Tecnologia da Informação e do Conhecimento (TIC), como apoio à gestão escolar e favorecimento da aprendizagem significativa de alunos.
  7. Assegura o cumprimento das rotinas de limpeza, segurança, qualidade da merenda escolar, realizando e fazendo realizar verificações rotineiras, assim como providenciando as manutenções e correções necessárias.
  8. Verifica e orienta rotineiramente a conservação e uso adequado de espaços, equipamentos e materiais, limpeza, organização, segurança, merenda escolar, cumprimento de horários, providenciando de pronto as correções necessárias.
  9. Transforma os horários destinados ao professor para preparação de aulas (horário de permanência, tempo de planejamento) em momentos de efetiva preparação de melhoria das práticas educacionais dos professores.

LÜCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências.  Curitiba: Editora Positivo, 2009.   ISBN - 978-85-385-0027-8

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19/10/2013 10:57

A EDUCAÇÃO E SUAS INCOERÊNCIAS

Prof. Romério Gaspar Schrammel

Há trinta e dois anos no magistério, não pude comemorar, até o momento, grandes conquistas para o Ensino. O dia do professor é diferente graças às mensagens de alunos e ex-alunos. Mensagens muito diferentes daquela verbalizada pela nossa excelentíssima presidente da república Dilma Rousseff.

A presidente, ao falar sobre o dia da criança, citando o professor, foi infeliz - algo incomoda: a Educação. O raciocínio lógico da presidente desandou, como desandou a Educação. Ao assinar, seja projeto, seja lei é preciso fazer inferências. Nosso governador, Tarso Genro, quando Ministro da Educação, assinou a Lei do Piso Nacional para os professores. Hoje, como governador, alega não ter dinheiro. Como pôde concordar com o piso nacional? Não acredito que, ao assinar a lei, o então Ministro da Educação, tenha-o feito sem saber da realidade econômica dos Estados.

Há dados contraditórios circulando nos noticiários. Quando verificamos resultados da educação brasileira, com raras exceções, estamos entre os últimos colocados. Quando verificamos a satisfação dos pais com a educação, percebemos, pelas pesquisas, que mais de setenta porcento dos brasileiros afirmam estarem satisfeitos com o ensino no País. O professor cuida bem dos filhos.

A sociedade é semanalmente bombardeada com notícias negativas sobre Educação e as iniciativas para mudanças são tímidas. A escola precisa tornar-se um espaço de debates. Perdemos a habilidade de refletir e opinar sobre temas diversos. Debater é expor-se e isso não é bom - pode. Errar, em nossas escolas, é pecado – e dos graves.

A falta de atitude política na esfera federal e estadual, a falta de envolvimento do cidadão brasileira, entenda-se os pais, e o assumir-se como profissional por parte dos professores e professoras, tornar a escola um espaço do pensar e não da decoreba são algumas das incoerências educacionais que devem ser corrigidas. Espero, amanhã, poder festejar mudanças políticas, pedagógicas e salarias na Educação. Se na escola muito cedo aprendemos que errar é feio, para as autoridades políticas o erro faz escola. No entanto, em tempo, as salas de aula não podem continuar a ser espaços de confinamento onde os alunos são adestrados para um determinado propósito escuso que não promove o bem-estar da sociedade.

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18/10/2013 07:00

ERROS QUE MATAM SEU PODER DE INOVAÇÃO

São Paulo – Em uma época de mudanças rápidas, o sucesso das empresas depende muito da sua capacidade de inovar. E, no centro da inovação, estão as pessoas -  já que é delas esta habilidade, diz Valter Pieracciani, sócio fundador da Pieracciani, consultoria em inovação e gestão do conhecimento.

De acordo com ele, além das pessoas, ambiente e reconhecimento também são as chaves do poder de inovação. E é também por isso que os erros que tolhem esta capacidade - tão necessária nos dias de hoje - envolvem estas três dimensões.

Algumas lições do século passado ainda estão muito vivas e os profissionais precisam mudar estes paradigmas”, diz Pieracciani. São estes velhos conceitos ainda tão presentes, os responsáveis pelos  erros que aniquilam a  face inovadora de qualquer um. Confira setes deles, citados pelos especialistas:

1 Aversão ao erro

Errar, jamais! Esta máxima é capaz de acabar com o poder de inovação de uma pessoa, e também de uma empresa inteira.

De acordo com Pieracciani. “Ainda predominam a aversão o erro e a atitude de esconder os erros que aparecem quando na verdade errar é aprender”, diz o especialista.

As pessoas inovadoras não têm medo de errar e não são vítimas da autoproteção da sua imagem, o que as impediria de arriscar imaginar novas alternativas dentro do ambiente de trabalho, segundo Yoshimiti Matsusaki, diretor da Finnet, empresa de tecnologia.

2 Pensar que já sabe tudo

“O mundo muda rapidamente e novidades são lançadas o tempo todo. As pessoas precisam ter a humildade de se sentirem ignorantes”, diz Pieracciani.

“Eu sei o que estou fazendo”, “sempre fiz assim”, “o cliente não sabe nada, quem sabe o que é melhor sou eu”. Estas três frases são grandes vilãs para a capacidade de inovação de um profissional, segundo o especialista.

3 Colocar fronteiras na atuação

A baia em que você trabalha é a primeira fronteira que aparece durante o seu expediente. Restringir-se às funções, e não “olhar” para o lado é um erro frequente que limita, e muito, a presença da inovação no seu dia a dia. 

O mesmo vale para departamentos e, no limite, para a empresa. “Não somos nós que cuidamos disso”, “A minha parte eu fiz”, são alguns dos exemplos das barreiras que muitos profissionais insistem em colocar no que diz respeito aos limites da atuação, segundo Pieracciani.

4 Não estimular os sentidos, sonhos, capacidade de arriscar e de transformar

Os grandes inovadores da História têm, em comum, segundo Pieracciani, quatro características em comum. A primeira delas é a capacidade de sentir, de perceber. “É usar todos os sentidos para perceber as situações de forma diferente”, explica Pieracciani.

A segunda característica marcante em inovadores é a habilidade de sonhar, de imaginar novas alternativas, de desafiar o convencional, de ir além. A terceira é a capacidade de acreditar, de arriscar, em suma, de tentar inovar. E, por fim, o quarto aspecto comum às pessoas com alto poder de inovação é a capacidade de transformar. “Transformar a si próprio e ao ambiente”, explica Pieracciani.

Portanto, não dar valor e, muito menos, estímulos ao desenvolvimento dessas habilidades, enfraquece a capacidade de inovação de muita gente. “Todos nós temos essas capacidades e é isso que nos diferencia dos outros animais”, diz Pieracciani. O que falta é o estímulo.

5 Confundir inovação com tecnologia

“Esta é uma armadilha em que muitas pessoas caem a respeito do que é inovar. Vejo pessoas entendendo como inovação a busca de um novo patamar tecnológico”, diz Matsusaki.

Ao condicionar a inovação a um salto tecnológico, o risco é continuar fazendo as mesmas coisas só que usando uma tecnologia nova, explica o especialista.

“Ao criar um novo produto ou serviço usando os recursos disponíveis é que está a grande inovação”, explica o diretor da Finnet. 

Ele cita táxis compartilhados no Chile como exemplo de inovação sem adoção de tecnologia de ponta. “É um conceito interessante de inovação no plano de serviço. Lá as pessoas com o mesmo destino dividem táxis, o que gera uma grande redução de custo.”, explica.

6 Ficar engessado em meio à rigidez dos processos

Quer inovar? Não fique tão refém de uma rotina abarrotada de rígidos processos e métodos. Organizar-se em processos e métodos com o intuito de maximizar o desempenho pode tolher a liberdade necessária para o surgimento da inovação. 

“Ás vezes esses processos se transformam em amarras, e a pessoa não percebe o quanto está presa à rotina que criou”, explica Matsusaki.

7 Trabalhar para uma empresa que não estimula a inovação

De um ambiente de trabalho em que conhecimento, flexibilidade, comunicação e experimentação não sejam valorizados, dificilmente, despontarão inovações. 

“As empresas inovadoras colocam as pessoas em primeiro lugar”, lembra Pieracciani. Acreditar em novas ideias e negócios e ter o compromisso com a constante mudança são características comuns à cultura de empresas que estimulam a inovação. “Tome o exemplo do Google, que é uma empresa em constante metamorfose”, diz o especialista.

Portanto, trabalhar para uma organização que não dê importância a estes aspectos pode, sim, acabar com o seu poder de inovar.

(Fonte: Camila Pati, EXAME. Com)

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17/10/2013 21:47

BOM TRABALHO: EXCELENTE, ÉTICO E ENVOLVENTE.

Conforme Howard Garnder, em  Cinco mentes para o futuro, “... a palavra bom capta três facetas distintas do trabalho: bom no sentido de ser excelente em qualidade; bom no sentido de ser responsável; bom no sentido de a pessoa que o realiza se sentir bem – é envolvente e dotado de sentido. Se a educação é a preparação para a vida, ela é em muitos aspectos, a preparação para uma vida de trabalho. Os educadores devem preparar os jovens para uma vida marcada pelo bom trabalho, e o local de trabalho e a sociedade como um todo devem dar apoio ao sustento  desse bom trabalho.

A mente ética não se limita ao local de trabalho. O que significa ser advogado/médico/engenheiro/educador na época atual? Quais são meus direitos, minhas obrigações e minhas responsabilidades? O que significa ser cidadão de minha comunidade/minha região/do planeta? Qual é meu dever para com os outros, principalmente com aqueles que, por circunstâncias de nascimento ou de azar, são menos afortunados do eu? A ética envolve uma atitude abstrata – a capacidade de refletir explicitamente sobre as formas com que se cumpre, ou não, um determinado papel.

A aquisição de uma mente ética fica mais fácil quando se foi criado em um meio onde o bom trabalho é a norma. A orientação ética começa em casa. Quer observem realmente seus pais no trabalho, que não, as crianças sabem como um deles, ou ambos trabalham. Elas veem se seus pais têm orgulho do que fazem, como falam de seus supervisores e colegas, se o trabalho é simplesmente um meio, do qual não gostam ou apenas toleram, de colocar comida na mesa ou se também corporifica sentido e sustento intrínsecos. O trabalho também acontece em casa. As crianças observam seus pais quando estes tomam decisões sobre como manter a casa, o que fazer com consertos necessários ou melhorias opcionais. A forma como os adultos tratam os jogos e brincadeiras também é importante: as crianças notam se os adultos gostam de jogar, se jogam de forma justa, se se esforçam apenas para vencer ou se também encontram sentido e “fluência” no jogo em si, independentemente de ganhar ou perder. Valores religiosos fortes – personificados, além de pregados – podem servir como importantes catalisadores, e as crianças observam seus pais como cidadãos: eles leem e falam sobre a comunidade? Eles refletem sobre como podem melhorar a comunidade? Arregaçam as mangas e participam ou sua motivação é em grande parte egoísta, e seu envolvimento principalmente retórico?

Os adultos fora de casa também exercem influência. Os pequenos notam o comportamento de parentes, de visitantes e dos trabalhadores que encontram na rua e no mercado: as crianças sabem imitar essas pessoas e o fazem.

Uma vez que comecem a pensar em uma carreira, os jovens prestam atenção especial aos adultos que estão realizando trabalhos relacionados. Estejam cientes disso ou não, esses adultos servem como modelos de referência vívidos, sinalizam os comportamentos e crenças, as aspirações e os pesadelos dos membros da profissão.

Uma formação religiosa pode estabelecer o alicerce para o trabalho de qualidade e a cidadania zelosa. Empresários considerados bons trabalhadores informam que seus valores religiosos orientam-nos em suas práticas cotidianas. Cientistas que se consideram seculares hoje em dia muitas vezes citam sua formação religiosa inicial como importante no desenvolvimento de seus valores e dos padrões de comportamento que adotam. Os jovens também observam as posturas assumidas por seus pais em relação a eventos políticos, econômicos e culturais.

Os pais que deixam as amizades totalmente ao sabor do acaso podem estar colocando em risco seus filhos. Faz uma enorme diferença se o jovem acaba convivendo com indivíduos que se dedicam a servir à comunidade, aos estudos acadêmicos ou sem passatempos interessantes, ou com indivíduos envolvidos em atividades sem propósitos, anti-sociais ou abertamente criminosos.

Quem julga qual trabalho é bom e qual não é? Qual é a medida e quem a estabelece? Não há nenhuma medida 100% segura para avaliar a qualidade do trabalho, mas estou disposto a apresentar candidatas. Um bom trabalhador tem um conjunto de princípios ou valores que consegue declarar explicitamente ou, pelo menos, reconhecer quando questionado. Os princípios são harmoniosos entre si e se somam em um todo razoavelmente coerente. O trabalhador é transparente, até onde é possível, opera abertamente e não esconde o que está fazendo.

Todas as sociedades conhecidas assumem como virtudes a sinceridade, a integridade, a lealdade, a justiça; nenhuma endossa explicitamente a falsidade, a desonestidade, deslealdade e a desigualdade grave.

Adam Smith fazia fortes ressalvas: “Certamente não é um bom cidadão aquele que não deseja promover, por todos os meios a seu alcance, o bem-estar de toda a sociedade e de seus concidadãos”. Jonathan Sacks, rabino da Grã-bretanha tem a seguinte posição: “Quando tudo o que importa pode ser comprado e vendido, quando os compromissos podem ser rompidos porque não servem mais aos nossos iteresses, quando comprar torna-se a salvação e os slogans de propaganda passam a ser nossa ladainha, quando nosso valor se mede pelo quanto ganhamos e gastamos, então o mercado está destruindo as próprias virtudes de que depende a longo prazo.”

Se, em casa, uma pessoa não tem pais ou responsáveis que personifiquem o comportamento ético, se os companheiros de infância são egoístas, autocentrados ou enaltecem a si mesmos, se se tem um mentor malévolo ou não se tem mentor, se os primeiros colegas de trabalho são dados à lei  do menor esforço e se não se dispõe de inoculações periódicas de tipo positivo ou não se consegue tirar lições de exemplos do trabalho que acaba tendo sua qualidade comprometida, as chances de que se venha a apresentar um bom trabalho são mínimas.

É mais fácil fazer um bom trabalho naquelas empresas, parceiras profissionais, universidades, hospitais, fundações ou organizações sem fins lucrativos nas quais os líderes – e seus seguidores – esforçam-se para ser bons trabalhadores, escolhem como membros os que demonstram promessas de realizar ou de continuar realizando o bom trabalho e removem, com discernimento, as maçãs podres que ameaçam o resto da cesta.

Os professores servem como modelos fundamentais. As crianças observam o comportamento dos professores, suas atitudes em relação a seus empregos, sua forma de interação com seus supervisores, pares e auxiliares, o tratamento que dão aos alunos e, mais importante, sua reação às perguntas, às respostas e ao produto do trabalho de seus alunos.

Os educadores podem tornar mais fácil o caminho para uma mente ética chamando atenção para as outras conotações da palavra bom. Os estudantes precisam entender por que estão aprendendo o que estão aprendendo e como se pode dar usos construtivos a esse conhecimento. Como aprendentes disciplinados, cabe a nós compreender o mundo, mas, se queremos ser seres humanos éticos, também é tarefa nossa usar essa compreensão para melhorar a qualidade da vida e do viver, dando testemunho de quando essa compreensão estiver sendo usada de maneiras destrutivas. Quando os estudantes vêem que o conhecimento pode ter usos construtivos, os estudantes têm mais probabilidades de ter prazer no trabalho escolar e ver nele um sentido em si, adquirindo, assim, as outras facetas do termo bom. Desde muito cedo, é claro, as pessoas são influenciadas pelo que vêem ao seu redor, por aquilo que se recompensa, por aquilo sobre o que se escreve, o que se ignora ou deprecia.

A ética envolve um passo a mais de abstração, é uma conquista da adolescência e das décadas posteriores. Assumindo uma postura ética, a pessoa pensa sobre si mesma como membro de uma profissão e pensa sobre como essas pessoas deveriam comportar-se ao cumprir esse papel.

A pessoa tornar-se ou não um bom trabalhador depende de sua disposição ou não para realizar um bom trabalho e tentar chegar a esse fim quando a coisa aperta. Quatro pontos de sinalização no caminho que leva à conquista do bom trabalho:

  1. MISSÃO – um indivíduo deveria especificar o que está tentando obter com suas atividades que objetivos estão impregnados no papel que ele está cumprindo.
  2. MODELOS – é importante ter contato de forma direta ou por meio de texto ou de outras mídias – com indivíduos que personalizem o bom trabalho.
  3. UM OLHAR NO ESPELHO – o aspirante a bom trabalhador deve, olhar no espelho e ver se está procedendo de maneiras que ele próprio aprova. Estou sendo um bom trabalhador, o que posso fazer para me tornar um bom trabalhador?
  4. RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL – os jovens trabalhadores precisam prestar atenção a suas próprias almas. Com o pressuposto de autoridade e maturidade vem a obrigação de monitorar o que nossos pares estão fazendo e, quando necessário, chamá-los às suas responsabilidades. O dramaturgo francês do século XVII Jean-Baptiste Molière declarou que: “somos responsáveis não apenas por aquilo que fazemos, mas pelo que não fazemos.”

O bom trabalho pode começar no centro do indivíduo, mas, ao fim e ao cabo, deve-se estender ao local de trabalho, ao país e à comunidade global.

 

GARDNER, Howard. A mente ética, in Cinco Mentes Para O Futuro. Porto Alegre : Artmed, 2007.

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17/10/2013 14:21

MEUS SINCEROS PARABÉNS AOS PROFESSORES

Fábio Zugman*

Eu já fui professor. Apesar de muitos me chamarem de professor, já faz algum tempo que não carrego oficialmente o título ligado a alguma universidade.

Nesse dia, em que elogios inundam a mídia e redes sociais, devo dizer, o mundo não é bem assim: já ouvi professor dizendo que está na carreira por falta de opção. Já vi professor terceirizando a correção de provas, já vi professor com síndrome de Peter Pan, frequentando churrasco e caindo com tudo em cima de alunas (e alunos) 15 anos mais novos. Já vi professor sem qualificação nenhuma dando aula, e já tive que corrigir muitos “ensinamentos” errados que chegavam até mim por alunos que passavam pelas mãos de outros professores.

Também já vi professores se obrigarem a grades de horários sem sentido por causa de um coordenador ruim. Já vi professor ensinar matéria que não domina por causa de corte de custos vindo da direção. Já vi professor que, apesar de anos de dedicação, foi demitido quando ficou caro para a faculdade e trocado por um mais jovem e mais barato.

Já ouvi o clássico “você sabe com quem está falando” de aluno raivoso. Já me ameaçaram fisicamente. Já fui seguido dentro do banheiro em época de provas. Já ouvi de um orientador de doutorado que só pegava orientações porque era obrigado. Já fui cobrado pela coordenação por liberar a turma mais cedo em dia que a aula rendeu bem, como se cinco minutos para lá ou para cá fizessem uma bela aula.

A realidade da sala de aula é definitivamente mais complexa que essa ou qualquer descrição possa chegar perto de descrever. Há pressões de alunos (dos bons e dos maus), de superiores, de colegas (por carreirismo, ciúme ou o velho “não fui com a cara dele”) e até de pais de alunos de ensino superior.

Os professores bons trabalham. É verdade que a carga horária é compensada pelas férias escolares, mas em período letivo, muitos entram cedo e saem tarde, passam horas preparando aulas, se atualizando, corrigindo trabalhos e provas. Levam a parte ruim numa boa e aceitam a parte boa com felicidade.

Foram professores assim que aceitaram um aluno de Ciência da Computação em um Mestrado em Administração. Foi um professor assim que me convidou para ser meu orientador de Mestrado, que depois me tornou co-autor em um livro. Foram bons professores que, além do conteúdo, me ensinaram sobre dedicação, profissionalismo, como ser um bom intelectual e como além de dominar um assunto, ensinar aos outros com respeito às suas histórias pessoais e capacidades individuais. Um bom professor muda uma vida.

A esses, meus sinceros parabéns. Vocês não são reconhecidos o suficiente.

Há outros, que citei acima, que não estão nem aí. Ficam na carreira docente por encontrarem o conforto psicológico de estarem cercados de jovens que o verão como “autoridade”, continuam no emprego por falta de opção ou por não terem competência de se ver fazendo outra coisa. A esses, o meu apelo: façam uma gentileza ao mundo - arrumem suas coisas e vão embora.

Feliz dia dos professores. Que os bons sejam cada vez melhores. Vocês merecem todo o meu respeito. Eu sei que é brega, mas os bons professores não recebem reconhecimento suficiente, talvez nunca recebam. Recebam, então, meu humilde parabéns!

*Consultor de empresas, é autor de diversos livros, entre os quais "Empreendedores esquecidos" e "Administração para profissionais liberais". Em sua coluna aqui no Administradores.com, ele fala sobre empreendedorismo, inovação e criatividade, respondendo perguntas dos leitores.

 

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11/10/2013 14:49

0 BEM-ESTAR E A BICICLETA

Dizem que felicidade é a diferença da expectativa futura e a realidade que se impõe. O brasileiro tem sido feliz – pelo menos assim tem respondido às pesquisas -, o que pode ser resultado da melhoria dos indicadores econômicos nos últimos anos. Mas a melhora pode estar diminuindo, caso a tendência observada nos dados sociais divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  se confirme. Para a felicidade (e sensação de bem-estar), a manutenção do progresso é fundamental. O que esperamos desses dados para a frente? E qual será a consequência para o futuro do País?

Visto de uma perspectiva histórica, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostra um Brasil mudado. A população, que alcançou 196,9 milhões em 2012, cresce cada vez menos, tendo aumentado apenas 0,8% nesse mesmo ano em relação ao anterior. Isso contribui para que haja menos pessoas desocupadas (em 2012 eram 6%, em comparação com acima de 10% há alguns anos), mesmo com o crescimento baixo da economia, ajudando a explicar o paradoxo recente de desemprego baixo sem crescimento forte. Com o mercado de trabalho mais aquecido o rendimento real do brasileiro tem aumentado sistematicamente: só no ano passado o ganho foi de 5,8% acima da inflação. E com mais renda o acesso a bens e consumo é bem maior, graças à emergência da denominada “nova classe média” – cerca de 97% dos domicílios possuem geladeira e televisão e mais da metade, telefone celular e máquina de lavar roupa.

A mudança dos últimos anos incluiu também (e principalmente) o progresso nos indicadores sociais, apesar de um longo caminho ainda a percorrer. O Brasil é hoje um país muito menos desigual, o índice de Gini alcançou perto de 0,50 em 2012, recuando de níveis muito altos (só encontrados na África). A quantidade de analfabetos despencou para 8% do total nos últimos anos e a média de anos de estudos subiu para 7,5.

A grande novidade deste ano, no entanto, foi a desaceleração ou interrupção do progresso observado nos anos recentes. A desigualdade teve a menor queda dos últimos anos, ficando muito próxima do resultado de 2011. O porcentual de analfabetos teve até um pequeno aumento em 2012, mantendo o número acima de 15 milhões no País.

Antes da divulgação do IBGE, o índice construído pelo Itaú para avaliar a evolução do bem-estar (que leva em consideração, além das condições econômicas, as condições humanas e a distribuição de renda) já mostrava o mesmo padrão: uma evolução boa, que está se tornando menos empolgante. Nas últimas décadas o Brasil conseguiu crescer com melhores distribuição de renda e condições de vida. O Índice Itaú de Bem-Estar Social indica que esse avanço se mantém quando são incorporados os dados de 2011 e as informações disponíveis de 2012. Nos últimos anos, particularmente desde 2008, o avanço do bem-estar tem se dado a taxas menores. Alguns aspectos das condições econômicas e humanas cresceram menos ou pioraram marginalmente. Apesar de continuar avançando, a melhora do bem-estar perdeu ímpeto nos últimos anos, ficando o índice muito próximo do resultado de 2011. Indicadores como anos de estudo e porcentual da população com acesso a rede de esgoto avançaram mais lentamente e ainda mostram uma defasagem importante na comparação internacional. A inflação subiu, a taxa de homicídios e as emissões de gases de efeito estufa aumentaram em 2012.

O interessante é que há evidências na literatura acadêmica de que a sensação de bem-estar está associada à evolução futura desses indicadores sociais e econômicos, e não ao nível atingido. A razão é que as novas condições favoráveis são absorvidas e incorporadas ao dia a dia, exigindo novas melhoras para aumentar a sensação de bem-estar. Por exemplo, a emergência de um contingente da população para a classe média, com novo acesso a bens de consumo, gera uma sensação de melhora, mas não permanente. Ao longo do tempo haverá uma busca por avanços adicionais e um olhar mais crítico da situação recém-conquistada.

A consequência é que a melhora dos indicadores enseja novos anseios, ainda mais quando a comparação internacional ainda é desfavorável. A demanda por mudanças e reformas vira a tônica da sociedade. Entendo os protestos no mundo como consequência da transição de uma década de ganhos robustos de renda e bem-estar para a década atual, pós-crise, em que a desaceleração nas economias emergentes desacelerou os ganhos de bem-estar.

Nesse sentido, é importante avaliar a perspectiva futura no País. Apesar de as medidas tradicionais de evolução econômica, como produto interno bruto (PIB), renda e consumo, não serem suficientes para medir o bem-estar, há uma relação entre elas ao longo do tempo. O crescimento da economia facilita (apesar de não garantir) o progresso em várias áreas.

O avanço das condições de bem-estar no Brasil nas últimas décadas é fruto, em parte, da estabilização da economia, de instituições mais sólidas e do avanço nos aspectos sociais e humanos. O cenário internacional favorável da última década também contribuiu.

O inverso também é válido. Para manter o mesmo ritmo de ganhos nos indicadores sociais e da desigualdade o desafio é aumentar o investimento, a produtividade e o crescimento da economia.

O progresso é como a bicicleta, não pode parar, nem mesmo desacelerar muito, sem gerar algum desequilíbrio na sensação de bem-estar. O Brasil precisa voltar a crescer, enfrentando os gargalos em infraestrutura, ampliando a qualidade da educação e buscando eficiência nos setores público e privado. Mas sem deixar de lado dimensões cada vez mais importantes do bem-estar, como qualidade dos serviços públicos e uso eficiente dos recursos.

Autor: Ilan Goldfajn que é economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco

Artigo originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo

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03/10/2013 17:28

EM MANCHETE, UM PAÍS MAL EDUCADO.

Emprego e renda subiram em 2012, mas o analfabetismo e a desigualdade pararam de cair. Juntar boas e más notícias em manchete foi a solução encontrada em alguns grandes jornais para resumir pontos mais importantes da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada recentemente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado de S. Paulo e o Globo foram por esse caminho. Na Folha de S. Paulo o destaque na primeira página foi para os dados negativos – uma decisão tão defensável quanto a outra.

Toda a chamada grande imprensa publicou muitos números e gráficos. Economistas foram entrevistados para interpretar os números e dar algum sentido ao conjunto. Otimistas, pessimistas, defensores e críticos das políticas oficiais ganharam amplo material para sustentar suas opiniões. Pouco se explorou, no entanto, uma das informações economicamente mais importantes, a persistência de uma elevada taxa de analfabetismo funcional.

A nova pesquisa confirmou o acesso de mais consumidores a automóveis, televisores e telefones celulares. Manteve-se, portanto, uma tendência observada há muitos anos e reforçada na última década pela transferência de renda, pelo aumento real do salário mínimo e pela expansão do crédito. Mas 43% das residências continuaram sem ligação com a rede de esgotos. Este é um problema especialmente complicado, porque faltam condições técnicas à maior parte das prefeituras para produzir projetos de saneamento. Dinheiro, nesse caso, é o menor obstáculo. De modo geral, o noticiário passou longe desse detalhe técnico.

Empregos mantidos

A taxa de analfabetismo ficou praticamente estável, com variação de 8,6% para 8,7% em um ano. A desigualdade de renda do trabalho, medida pelo índice de Gini, passou de 0,501 para 0,498 – uma variação insignificante. Quando se consideram rendimentos de todas as fontes – incluídos aluguéis, aplicações financeiras e transferências –, aparece um índice estagnado em 0,507. Essa medida varia de zero a 1. Quanto mais próxima de zero, menor a desigualdade.

A escolaridade média aumentou, mas a pesquisa ainda assinalou 18,3% de analfabetos funcionais. Eram 20,4% no ano anterior e a redução foi significativa, mas o problema permaneceu grave. Analfabetos funcionais podem ser capazes de juntar letras e de ler palavras e até frases, mas têm enorme dificuldade para entender mensagens curtas e breves instruções escritas. Nos cálculos do IBGE, esse contingente corresponde ao número de pessoas com menos de quatro anos de estudo. Dada baixa qualidade do ensino básico, uma pesquisa mais detalhada – com aplicação de testes de leitura e interpretação – talvez identificasse uma porcentagem maior de indivíduos nessas condições.

Só o Estado de S. Paulo mostrou em um gráfico a distribuição regional dos analfabetos funcionais. A maior proporção foi identificada no Nordeste, 28,1%. A menor, no Sudeste, 13,2%, pouco inferior à do Sul, 13,7%. Da mesma forma, só o Estadão explorou mais extensamente esse tópico, em uma análise de tom positivo, assinada por José Roberto de Toledo.

Mas também os menos otimistas têm algo para dizer sobre o assunto. A taxa de analfabetismo funcional é mais que o dobro da taxa de analfabetismo calculada pelos critérios tradicionais. São 27,8 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 15 anos e baixíssimo potencial produtivo. Não podem trabalhar nos setores modernos da economia. São incapazes de operar equipamentos e de absorver qualquer instrução além das mais simples. Não carecem apenas de qualificações, mas de condições mínimas para ser treinados em atividades com alguma complexidade.

Em mais de uma ocasião, nos últimos anos, estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontaram a escassez de pessoal passível de treinamento como um dos grandes problemas do setor. É preciso considerar também esse detalhe, quando se menciona a oferta apertada de mão de obra no mercado nacional. Também esse dado ajuda a explicar o baixo desemprego e a manutenção de funcionários, no setor industrial, nos últimos quase três anos, mesmo em fases de baixa produção. Quem demitisse – e, apesar disso, algumas empresas passaram a demitir nos últimos meses –teria dificuldade para recompor o quadro, quando a economia voltasse a crescer.

Competência administrativa

A persistência de uma elevada taxa de analfabetismo funcional, apesar da melhora indicada na última PNAD, tem tudo a ver com um dos mais sérios problemas da economia brasileira, a baixa produtividade. Mesmo os trabalhadores plenamente alfabetizados estão, em boa parte, longe dos níveis de eficiência observados em países mais dinâmicos, por causa da formação escolar insatisfatória. As empresas mais empenhadas na conquista da competitividade têm conseguido, no entanto, treinar, estimular e valorizar seu pessoal.

Mas a eficiência geral da economia depende de uma porção de outros fatores, na maior parte localizados fora das empresas. Os problemas da infraestrutura foram reconhecidos pelo governo e a busca de soluções foi para o topo da agenda oficial, mas com pouco sucesso até agora. Nos dias anteriores à divulgação da PNAD os jornais estiveram muito ocupados com esse outro assunto.

No domingo anterior (22/9), o Globo destacou na primeira página os atrasos nas obras de aeroportos. A Folha de S. Paulo deu manchete com aos desentendimentos entre o governo e os potenciais concessionários de obras e serviços públicos: “Embate de governo e empresas ameaça concessões de Dilma”. No mesmo dia o Estadão informou na capa do primeiro caderno: “Governo refaz contas para concessão ficar mais atrativa”.

A presidente Dilma Rousseff e sua equipe econômica levariam a preocupação, nos dias seguintes, a Nova York, em mais um esforço para mobilizar capitais e competência administrativa para a expansão e a modernização da infraestrutura.

Fonte: Rolf Kuntz /Observatório da Imprensa

 

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02/10/2013 22:13

EDUCAÇÃO BRASILEIRA FICA EM 35 PIORES EM RANKING GLOBAL

Relatório que mede a qualidade do capital humano em cada país mostra que educação ruim é o que mais atrasa os brasileiros

São Paulo – O Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) é mais um órgão internacional a martelar o que mesmo as autoridades brasileiras reconhecem: quando se trata de educação, o Brasil está mais perto dos piores exemplos do mundo do que dos melhores. Em seu Relatório de Capital Humano, o WEF colocou o país na 88ª posição de um total de 122 países quando se trata de educação.

Isso nos coloca mais perto dos lanternas Burkina Faso (121º) e Iêmen (122º) do que da Finlândia (1º) e Canadá (2º), que lideram neste indicador. Olhando a lista de maneira invertida, pode-se dizer que o país tem o 35º pior desempenho em educação.

Para chegar a esta nada honrosa posição, o Brasil falhou principalmente na qualidade do ensino em matemática e ciência, quando de fato ficou entre os 15 piores do mundo, em 112º lugar (veja tabela detalhada abaixo).

Matemática já era a pior disciplina entre os brasileiros atestada no último Pisa, exame realizado com alunos de 65 países do globo cujo resultado mais recente é de 2010. O Brasil ficou então em 57º na disciplina.

Educação leva o Brasil – e o brasileiro - para baixo
O chamado Índice de Capital Humano, do WEF, mede o quanto os países permitem que o desenvolvimento de seus habitantes se converta em vantagem econômica.

A educação é a principal culpada por deixar o Brasil na 57º colocação geral de qualidade de mão-de-obra, já que nos demais indicadores – como emprego e ambiente estrutural – o desempenho brasileiro fica até 12 casas abaixo.

Não só isso: Brasil está melhor que a média da América Latina e de países de mesmo nível de renda em todos os pilares do índice. Menos, claro, em Educação.

Veja mais detalhes abaixo:

Indicador de educação

Posição no ranking (entre 122 países)

Acesso

 

Taxa de matrícula na educação básica

69º

Taxa de matrícula na ensino superior

76º

Diferença de gênero na educação

Qualidade

 

Acesso à internet nas escolas

86º

Qualidade do sistema educacional

105º

Qualidade das escolas de educação básica

109º

Qualidade do ensino de matemática e ciências

112º

Qualidade de gerenciamento das escolas

43º

Conclusão

 

Pessoas com mais de 25 anos com ensino médio

57º

Pessoas com mais de 25 anos com ensino superior

64º

EDUCAÇÃO (geral)

88º

https://abr.ai/16h7bIk

 

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23/09/2013 14:06

LIVROS DIDÁTICOS SEGUIRÃO MATRIZES CURRICULARES DO ENEM A PARTIR DE 2015

A reforma do ensino médio nos moldes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já começou antes mesmo da reestruturação do currículo. A partir de 2015, os livros didáticos das redes públicas serão interligados dentro das quatro áreas de conhecimento propostas pela prova. "Não significa o fim do livro didático por disciplina, mas cada matéria terá de dialogar com outras", explica o secretário de educação básica do Ministério da Educação (MEC), Romeu Caputo.

O edital dos livros didáticos para 2015 exige que as disciplinas de Química, Física e Biologia, por exemplo, estejam interligadas e atendam a requisitos mínimos comuns das Ciências da Natureza. Pela primeira vez, o documento prevê que as editoras apresentem obras com complementos digitais - e-books, jogos e aplicativos. Os próximos editais devem seguir esse mesmo formato, segundo o MEC.

Uma comissão de avaliadores em 12 universidades federais analisa se os livros apresentados em agosto por editoras de todo o País atendem a esses critérios. Até junho de 2014, um guia de obras recomendadas pelo governo federal deve ser enviado às escolas públicas.

Essa mudança faz parte do projeto do MEC para redefinir todo o currículo do ensino básico - fundamental e médio - em um formato interdisciplinar semelhante ao Enem. "A mudança faz parte do que chamamos de Base Nacional Comum do Currículo. Converge avaliação, formação dos professores e produção de material", diz Caputo.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa, diz que o modelo curricular do Brasil é historicamente determinado pelos vestibulares. "Antes, poucas escolas tinham acesso a essas informações. Com o Enem e suas áreas definidas, todo mundo está conhecendo as matrizes de habilidades e competências, especialmente as escolas públicas."

Especialistas, porém, temem a adoção de obras nesse modelo sem a preparação dos professores. "Uma coisa é produzir o material, outra é ser usado com qualidade", diz Paula Louzano, doutora em Educação pela Universidade de Harvard. Para João Roberto Moreira Alves, presidente do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação, a formação dos professores, se iniciada hoje, só alcançaria maturidade em 4 anos.

Para alunos e pais das redes públicas, os novos livros só representarão uma mudança no formato do ensino médio quando o material didático for efetivamente usado na sala de aula. "Hoje o livro é pouco usado porque os professores levam os materiais deles e os alunos não querem carregar tanto peso à toa", afirma Daniela Machado, de 17 anos, que cursa o 2.º ano do ensino médio na Escola Estadual Ibrahim Nobre, na zona sul de São Paulo. / COLABOROU CARINA BACELAR, ESPECIAL PARA O ESTADO

Bárbara Ferreira Santos e Victor Vieira - O Estado de S.Paulo - 22 de setembro de 2013

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20/09/2013 20:23

CONSELHOS DE WARREN BUFFET PARA JOVENS PROFISSIONAIS

Em uma sessão de debates no site de carreira Levo League, Warren Buffet ofereceu diversos conselhos para jovens profissionais. Durante a conversa, que aconteceu via live stream, o CEO da Berkshire Hathaway respondeu a perguntas e compartilhou suas experiências com os jovens.

O site Business Insider listou os oito melhores conselhos de Buffet para quem está começando a carreira. Veja abaixo:

1. Encontre sua paixão

"Nunca desista de encontrar um emprego pelo qual você seja apaixonado", afirmou Buffet. "Tente encontrar um emprego que gostaria de ter, mesmo se fosse muito rico. Esqueça o pagamento. Quando você está com as pessoas que ama, fazendo o que ama, nada é melhor".

2. Cuidado com as pessoas que você admira

"Se você me disser quem são os seus heróis, eu vou dizer quem você se tornará. Na vida, é importante ter os heróis certos. Eu sempre tive sorte em relação a isso, me inspirei em meia dúzia de pessoas e nenhuma me decepcionou. Você deve se cercar de pessoas melhores que você. Não se esqueça, você se move na mesma direção das pessoas com quem se associa."

3. Aprenda a se comunicar com eficiência

Enquanto participava do MBA na Universidade de Columbia, Buffet afirmou que tinha "muito medo de falar em público", e então se inscreveu em uma aula ministrada por Dale Carnegie (autor de Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas). "Eu me uni a 30 outras pessoas na sala. Eu não conseguia ficar em pé e dizer meu próprio nome. Era patético. Mas essa aula mudou a minha vida".

4. Desenvolva hábitos saudáveis estudando as pessoas

"Escolha uma pessoa com hábitos saudáveis, que seja alegre, generosa e que saiba valorizar os outros pelo que fazem. Observe todas as qualidades que você admira nela e faça uma avaliação: quais dessas qualidades eu posso adquirir? Por que você é capaz de ter, todas elas."

5. Aprenda a dizer 'não'

"Você não terá o controle do seu tempo, a não ser que aprenda a dizer 'não'. Nunca deixe outras pessoas cuidarem da sua agenda".

6. Não trabalhe para alguém que remunera mal 

"Eu negocio pouco com as pessoas. E elas negociam pouco comigo. Se eu fosse uma mulher e percebesse que o meu salário era menor que o de outra pessoa na mesma função, eu não trabalharia lá. Se alguém é injusto com você no salário, será injusto em diversos outros momentos". 

7. Se envolva em novos negócios

"Você quer entrar em um trem que vai a 90 km/h, e não naquele que vai a 30 km/h, então aprenda a fazer o transporte andar mais rápido. Algumas empresas possuem mais oportunidade que outras". 

8. Estude muito sobre a sua área de atuação.

Buffet afirma que lê seis horas por dia por que acredita que isso ajudará a melhorar sua capacidade intelectual e ajudar a resolver problemas futuros. "Eu já entendia muito sobre o meu trabalho aos 20. Eu lia bastante, e sempre tive a ambição de saber tudo sobre esse assunto".

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