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12/02/2013 20:23

LÍDERES EXTRAORDINÁRIOS

A tecnologia tem avançado. Não há quem não se fascine por ela. Ela vem auxiliando o homem nas mais diversas áreas. Encanta crianças a adultos. O que não encanta é o homem nas suas relações. Luiza Belloni Veronesi escreveu sobre as frases que líderes extraordinários dizem todos os dias, deveriam dizer. Corri os olhos pelo texto, curioso pelas frases que meu líder mais tenha dito.  Leia as frases:

“Eu estou pensando que...” Você está no comando, mas isso não significa que é mais inteligente ou perspicaz que todos seus funcionários. Dê razões e justifique suas decisões, esclareça sua lógica e não posicione uma ideia por sua autoridade.

“Eu estava errado” Quando você está errado, o melhor jeito de consertar isso é dizer que você estava errado. Você não vai perder o respeito, mas sim ganhá-lo.

“Isso foi incrível” Ninguém recebe elogios o suficiente. Ninguém. Todos os dias escolha alguém de sua equipe que fez ou está fazendo algo e diga: “Uau, isso está muito bom!”. O louvor é um presente que custa ao doador, mas nada é em vão para o destinatário. Comece a elogiar.

“Muito obrigado” Depois de ser o doador, pense no momento em que você é destinatário. Você agradece todas as pessoas pelo que elas fazem por você? Seja buscar um café, entregar um relatório ou abrir a porta. Agradecer, além de ser questão de educação, também proporciona um pequeno - mas essencial - sentimento de recompensa. Olhe nos olhos das pessoas e diga: “Muito obrigado! Isso está muito bom”.

“Você pode me ajudar?” Todas as pessoas gostam de sentir-se importantes e quando você pede ajuda, torna-se mais sincero e humilde. E no processo, você vai respeitar e ouvir mais as pessoas - o que, aliás, são todas as qualidades de um grande líder e um grande amigo.

“Eu sinto muito” Certos momentos, pedir desculpas é pouco. Quem é prejudicado pelo erro, muitas vezes, sente-se mal por isso, seja por palavras, ações, omissões, etc. Diga que está arrependido. As desculpas são apenas portas de entrada para outras palavras mais “expressivas”.

“Você pode me mostrar como faz?” Conselho é temporário, o conhecimento é para sempre. Peça ajuda, mas não apenas para as outras fazerem algo por você e sim para aprender aquilo. Quando você pede para ser ensinado, você mostra respeito àquele que o ajudou, você mostra que confia em sua experiência, habilidade e conhecimento, e você começa a avaliar melhor o valor da ajuda.

“Deixe-me lhe ajudar” Para muitas pessoas pedir ajuda é um sinal de fraqueza. Sendo assim, pode ter certeza de que muitos dos seus colegas ou empregados estão precisando de um ombro amigo mesmo sem dizer. Não basta um “Há algo que eu posso lhe ajudar?”, isso é só vai gerar “Não, estou bem”.

Nada Se você está estressado, frustrado ou com raiva, não diga nada. Os seus problemas vêm e vão, mas os sentimentos são para sempre. Criticar um empregado na empresa pode soar como uma “lição para sua vida” para você, mas por dentro, ele perderá aquela consideração que você já tinha conquistado. Antes de falar, gaste mais tempo considerando como os funcionários irão pensar e sentir. Analise as consequências.

Terminada a leitura das frases, pensei então longamente nos meus líderes nada extraordinários.

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08/02/2013 17:02

EMPREENDEDOR É FELIZ

 31 de janeiro de 2013/Redação PEGN

Sempre que tomo uma decisão radical na minha vida, fico analisando quais são os efeitos e como vou me sentir a partir dali em relação a tudo na vida. Decidir sair de um emprego que proporcionava um bom rendimento, caminho de carreira sólida e certo “status” de trabalhar na gigante de softwares é algo bem importante.

Apesar de estar muito motivado com a decisão e com o novo caminho que se abria à minha frente, existiam dúvidas e questionamentos para decidir se valia a pena. Acredito que isso acontece com todos e no meu caso, como eu não estava insatisfeito com o meu trabalho, a dúvida era muito pertinente.

Estou perto de completar o primeiro ano de mudança e o resultado está sendo muito bom. Lembro-me de uma conversa que tive com uma amiga editora no dia do prêmio Empreendedor de Sucesso. Falávamos de como o empreendedor vive diferente, com motivações diferentes das que tinha quando não empreendia.

Uma das conclusões engraçadas baseadas tanto na impressão da minha experiência quanto nas que ela acompanhou de perto nos últimos anos foi que o empreendedor é mais feliz.

Eu concordo e venho refletindo sobre isso desde então. Não significa que se você não é empreendedor você não é feliz, mas que a maneira de encarar as tarefas do dia a dia é diferente – e as reações também.

Por exemplo, quando você não está na posição de empreendedor, algumas coisas são extremamente importantes, como o horário a ser cumprido, o dia de folga, a sexta-feira que não chega nunca, as férias etc.

Ao passar para o outro lado da mesa, outras coisas se tornam bastante importantes e talvez algumas delas não fossem assim antes.

Dia de folga é um dia em que você não está fazendo o seu projeto acontecer. Férias são opcionais, pois você está sempre pronto para flexibilizar sua agenda para ter mais qualidade de vida.

Fim do expediente acaba sendo a linha que divide o dia entre quando o escritório tem barulho ou não.

Porém o principal fator é que a vontade de reclamar da maneira de trabalhar desaparece, as críticas sobre a administração e os caminhos da empresa também. Se algo não está legal, você muda a forma de trabalhar, altera os planos, se reorganiza e o dia fica mais bonito.

Não gosto de generalizar, mas com base na minha experiência deste último ano, a vida de empreendedor está muito mais feliz. Mesmo que não estejamos ganhando muito dinheiro, que os projetos ainda não tenham decolado da maneira como sonhamos ou que algo tenha dado totalmente errado. O empreendedor se esforça, gosta de aprender com os próprios erros e recomeçar.

Pode ser próspero, pode estar ferrado, pode não ver luz no final do túnel ainda, mas acreditar na sua visão e fazer o que gosta, faz do empreendedor uma pessoa muito feliz!

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15/01/2013 15:10

CAMINHO DA LIBERDADE

                                                                              Romério Gaspar Schrammel *

Um grupo de sete refugiados da Sibéria, escravos do regime stalinista, passa por dificuldades diversas, à procura de uma vida mais humana. Após 6 400 km de andanças chega à Índia. Essa alucinante história, baseada na biografia de Slavomir Rawicz, dá-nos o título da história Caminho da liberdade.

Quanto maiores as dificuldades e desafios, maior a necessidade de união. A união supera dificuldades. Um dos momentos de instabilidade do grupo aconteceu quando este é perseguido por uma jovem, Irene, também em fuga, que, na verdade, busca segurança no grupo de homens. No entanto, alguns refugiados são contrários à sua presença, mas acabou por ser aceita. Os refugiados, grupo que se conhecia, tinha princípios e tinha também a sua ética. Irene, desconhecida e era uma mulher. O primeiro grande desafio de Irene foi atravessar um rio praticamente congelado.

Os refugiados já haviam decidido que era impossível caminhar sobre o gelo. A travessia deveria, portanto, ser a nado. Os homens então desconfiaram de que Irene não sabia nadar e os contrários à sua presença encontraram a oportunidade para excluí-la. Irene precisava de uma oportunidade para mostrar que tinha utilidade no grupo. Ela olhou para aquele gelo e pôs-se a correr sobre ele, atravessando o rio, sem problemas. Espantados todos a seguiram.

A falta de oportunidade é um bem intangível nesta nação de berço esplêndido. Percebo uma normose ganhando espaço: os que vencem por caminhos pouco éticos e os que fazem calados para não serem excluídos. É de John Locke a frase que diz que os "Os homens são bons ou maus, úteis ou inúteis, graças a sua educação". As pessoas de iniciativa que as empresas tanto procuram logo são ofuscadas por lideranças centralizadoras cujo mérito consiste no blindar-se e escravizar a mente da geração y. O caminho da liberdade é permitir-se correr sobre o gelo para não tornar-se “escravo siberiano”.

O grupo de trabalho precisa, muitas vezes, de um intruso para mostrar como atravessar o rio congelado. Não é seguro o nado um rio congelado, como não o era correr sobre o gelo. Quem tem iniciativa encontra alternativas. É sábio o líder, o gestor que abre espaço para que os subordinados tenham oportunidades de mostrar caminhos. O líder encontra o caminho da liberdade quando, por atitude humilde aprende - inclusive com os seus subordinados. Tornar-se forte é amparar o guerreiro ao seu lado, dizia Leônidas, general espartano. A experiência e o conhecimento, quando mal ou não aplicados, podem ser erva taninha e matar o que seria o alimento do amanhã.

Líderes, muitas vezes, tendem a confiar em seus instintos e habilidades, em vez de se basearem em informações e análises objetivas para conduzir os negócios. Seduzidos pelo seu sucesso e os constantes elogios daqueles que os cercam, passam a acreditar que só eles sabem o que é melhor. Eles param de procurar, ouvir e aprender. Tornam-se rígidos, autoritários e não estão mais receptivos ao feedback de subordinados em suas próprias organizações. Quando isso acontece, uma versão corporativa do enrijecimento das artérias manifesta-se, o fluxo de ideias novas até o topo corre mais lento, obstruindo o caminho da liberdade.                         

                                                   *Professor

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02/01/2013 22:06

AS MULHERES VIVEM, OS HOMENS MENOS.

                                                                                         Romério Gaspar Schrammel *

Nasci em uma pequena localidade, onde começam as belezas da serra gaúcha. A localidade tem uma boa qualidade de vida, boa educação, vida religiosa, corais, grupo de terceira idade, time de futebol, associações, enfim, não falta em que as possas possam se envolver. Chamou minha atenção a morte de um senhor de 92 anos, que há setenta e cinco anos cantava no coral dos homens. Descobri então que na localidade havia pelo menos mais alguns senhores que estavam entre os 80 a 90 anos. Meu pai, falecido, faz mais de quinze anos. Poderia estar dentre os senhores de idade. Não está. Meu pai era fumante.

Fazendo um rápido levantamento, consegui nominar o cinco senhores e, para meu espanto, não mais senhoras entre os 80 a 90 anos. Analisado os senhores da quarta idade ainda vivos, com os já falecidos, há algo curioso. Os senhores vivos têm um estilo de vida muito semelhante, não são trabalhadores vorazes como os já falecidos, não fumam como os já falecidos, não são de beber muito álcool, são homens tranquilos. Curiosamente, as esposas, da maioria dos sete, já são falecidas, como são falecidos muitos maridos de senhoras que estão entre os 70 a 80 anos.

Há estudos sérios sobre o fato de mulheres viverem mais que os homens. Quero viver mais que meu pai. Isso implica, obrigatoriamente, mudança nos hábitos de vida. Preciso trabalhar menos. Dar mais espaço para o lazer, para o próximo e não me estressar com o que não posso mudar – que não são poucas coisas e não deixar de visitar o “doutor”. Não fumo e não bebo. Passei a priorizar a natureza e os amigos. Concentro-me em um pequeno grupo de amigos, até para não ser usado pelo outros, pois isso estressa. Os amigos fazem bem, mas os outros, muito mal. Há estudos sobre o número de pessoas às quais podemos dar atenção, fica próximo dos cento e dez – já não é pouco.

Que saibam os homens: se por um lado nenhum morreu durante o parto, por outro a causa mortis do homem está fortemente associada ao fumo, ao álcool e à violência (acidentes de trânsito, tráfico, brigas...). Há espécies de insetos cujas fêmeas acabam com o macho depois de uma fecundação. Acredito que depois de certa idade, do casal, um acaba sendo executado pelo outro, psicologicamente. A execução acontece quando um não aprende a cuidar do outro ou outro do um.

Não me dou por satisfeito com os resultados de pesquisas e suas justificativas, tudo me parece muito superficial. Há um mistério nesta relação homem e mulher que precisa melhor ser estudado. Não por achar que o homem tenha de viver mais, mas penso que podemos viver tanto quanto elas. As viúvas vivem bem. Parecem que desabrocham. A expressão de melhora, física e psicologicamente, surge rapidamente depois da morte do cônjuge.

Muitos homens não se preparam para a velhice. Quando chega, eles angustiam-se e entram facilmente em desespero, embora procurem não demonstrá-lo. Somos especialistas em não demonstrar, conseguimos engolir todas as frustrações, mas aceleramos assim a morte. Muito diferente das mulheres. O homem vive mais quando assume o jeito feminino de viver.

                                                                                   * Professor

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30/12/2012 14:56

2013: CONTINUARÁ O BEM E O MAL, CONVIVEM O BOM E O MAU.

Trabalhamos pelo equilíbrio, mas já nos demonstrou a Lei de Pareto, também conhecida como o Princípio 80-20, de que isso é ilusão. Segundo este princípio 80% das consequências são resultados de 20% das causas. A Lei de Pareto diz-nos coisas elementares da rotina do dia a dia como: 80% das vezes você usa 20% de suas roupas; 80% da participação na aula é creditada a 20% dos alunos; 80% dos problemas são causados por 20% dos funcionários; 80% de todas as decisões podem ser tomadas com 20% da informação disponível... Significa também que 20% de minhas atividades eram dezesseis vezes mais produtivas do que os 80% restantes. Se eu quisesse reduzir a complexidade de minha vida e aumentar a produtividade, então precisaria focar no melhor, que estava incluído nos 20%. Dei-me, portanto, conta de que fazia muita coisa sem necessidade e fazia muita coisa que não eram minha função. Apenas 20% da população é responsáveis por 80% do caos. 

Pouco em 2013 mudará. Nossos olhos podem até ver as coisas diferentes, é preciso educar os olhos ou acostumar-se com o jeito de ser das pessoas. O homem continua a ser o animal mais surpreendente dentre todos os demais - o homem é simplesmente muito pior.  No entanto, nenhum animal tem evoluído tanto quando o homem. Fazemos coisas inacreditáveis. A tecnologia, o conhecimento na medicina, na psicologia, na astrologia, enfim, em praticamente todas as áreas tornamo-nos especialistas. Contudo, o homem não deixou de ser o que de mais primitivo nele há: matar o semelhante. Só o homem mata por motivos do homem. A educação então não evoluiu, o conhecimento sim. A educação ainda é um grande mistério. É por causo do homem e só por causa dele que em 2013 continuará o bem e o mal, pois precisam os conviver com o homem bom e o homem mau. Afaste-se do mal e alimente seu lado bom. É nesta hora que vale a sabedoria do índio que ensina primeiro: a escutar; segundo: que tudo está ligado com tudo; terceiro: que tudo está em transformação; quarto: que a terra não é nossa, nós é que somos da terra. A mudança sempre começa no interior, no interior do Homem.

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27/12/2012 19:50

OBSTÁCULOS FORTALECEM, AJUDAS ENFRAQUECEM.

Gosto da borboleta, como símbolo, pois sua metamorfose tem-me ensinado muito. O ser humano vive períodos muito semelhantes aos da borboleta: ovo, lagarta, pupa e adulto. Estes períodos são facilmente identificáveis quando acompanhamos o desenvolvimento dos nossos filhos ou até quando fizemos uma retrospectiva e percebemos pelo que passamos para tornar-nos adultos, com maturidade. O adulto encanta, como a borboleta.

Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo, um homem sentou e observou a borboleta por várias horas. Ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso.

Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais longe. Então o homem decidiu ajudar, pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas.

O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar a tempo. Nada aconteceu!

Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.

O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.

Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar.

Eu pedi Força e Deus me deu Dificuldades para me fazer forte.

Eu pedi Sabedoria e Deus me deu Problemas para resolver.

Eu pedi Prosperidade e Deus me deu Cérebro e Músculos para trabalhar.

Eu pedi Coragem e Deus me deu Perigo para superar.

Eu pedi Amor e Deus me deu pessoas com Problemas para ajudar.

Eu pedi Favores e Deus me deu Oportunidades.

Eu não recebi nada do que pedi, mas eu recebi tudo de que precisava. Recebi tudo para poder viver na graça de Deus durante o ano de 2013. Que cada vivência de 2012, agradável ou não, possa ser, para você amigo e amiga, um degrau para felicidade.

 

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22/12/2012 18:13

AMIGOS...

Romério Gaspar Schrammel
que me curtiram pelo menos uma vez em 2012, que queriam curtir, mas foram deixando, deixando..., que queriam me curtir, mas não puderam porque o..., que não tiveram a menor vontade para tal e continuam iguais. Amigos e amigas de todas as idade, de todos os recantos, de todos os credos, de todos os sexos... há um Deus olhando para você!
Deus fez o mundo em seis di...as e viu que tudo que fez era bom. (Este foi o primeiro planejamento de Qualidade Total do qual se tem notícia.) Então, no sétimo dia, Deus descansou e admirou tudo o que fez. No oitavo dia, Eva e Adão começaram a nossa obra. Deitaram e rolaram. Comeram do fruto proibido. (Que não foi nada mais, ao mei ver, do que pegar algo da natureza sem a menor necessidade - o que continuamos fazendo até hoje, sem escrúpolos.) Veio então o castigo pedagógico. No nono dia, foram expulsos do Jardim do Éden. (Foi, para os dois, o fim do mundo, pois agora precisariam trabalhar). Se não tivessem cometido tal pecado, talvez não teríamos computador, nem a moda e muitas outras coisas com as quais nos ocupamos hoje em dia. No décimo dia, nascia Caim. No décimo primeiro dia, nascia Abel. No décimo segundo dia Caim matou Abel. Foi muito triste. Para aquela época, foi, para os pais, Eva e Adão, o fim do mundo. Deus viu que isso não era nada bom! Passaram muitos dias e veio a chuva, muita chuva – era o dilúvio. E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinquenta dias. Os filhos não tinham aula, foi, para os pais e mães, o fim do mundo. Eis o mistério dos Homens – o fim do mundo. Cada um o interpreta do seu jeito. Para alguns, o fim do mundo é o mensalão, para outros é a qualidade da educação, para os de mais idade é a falta de disciplina e fé em Deus, mas pode também ser as mortes no trânsito. Outros acreditam no calendário dos maias, para quem o mundo já acabou faz muito tempo. É misterioso de como as pessoas acreditam em quase tudo. Alguém disse, “eu não sei de nada!” e as pessoas acreditaram. Eis o mistério! Diga qualquer coisa e alguém acredita. Não temo o fim do mundo. Temo o fim do humano no Homem, pois este, como disse Gandhi, acredita em política sem princípios, prazer sem compromisso, riqueza sem trabalho, sabedoria sem moral, ciência sem humanidade e oração sem caridade. Que todos tenham um Feliz Natal e Próspero 2013!

 

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19/12/2012 08:28

ENTÃO É NATAL!

                                                                              Romério Gaspar Schrammel

Natal é tempo de boa nova, acreditamos e trabalhamos para que ela nasça em nós, como indivíduos; no coletivo, também pelos indivíduos; na política, no social, mas sempre pelo indivíduo – o cidadão. Se é pelo indivíduo, pela pessoa que as coisas acontecem então basta olhar para a pessoa, para quem tão pouco olhamos.

O capitalismo tornou-nos parasitas e acreditamos poder prosperar sem piedade, explorando organismos e o próprio homem. O homem é lobo do homem escreveu o filósofo inglês Thomas Hobbes. Já percebemos compreensão de que é preciso mudar o modus vivendi, mas a mudança, além da compreensão, precisa da dor. A dor é sinal vermelho, enquanto isso não acontecer, exploramos. Quando Zygmunt Bauman escreveu que a natureza do sofrimento humano é determinada pelo modo de vida dos homens, que as raízes da dor da qual nos lamentamos hoje estão profundamente entranhadas no modo como nos ensinam a viver, clamou mudanças.

Não faltam os que nos mostram outros caminhos. Jesus foi um dentre muitos. Morreu por nós na cruz. Libertou-nos, acreditamos, mas nós então continuamos a fazer o que e como sempre fazíamos. O verdadeiro doutor Patch, Hunter Patch Adams, diz que não é o sorriso que cura, mas a amizade. O jeito de viver pode fazer toda a diferença. Conta Gladwell, em Outliers, que em 1894 um grupo de italianos compraram terras rochosas próximas a Bangor, nos Estados Unidos.  Fundaram casas, igreja, escola, cemitério, conventos, um parque e organizaram festas – Roseto ganhou vida e os moradores cultivavam a língua italiana, o dialeto.

Já Bangor era habitada por ingleses e alemães. Chegou a Roseto um médico chamado Stewart Wolf. Um médico contou a Wolf que dificilmente alguém de Roseto com menos de 65 anos procurava o médico. Wolf estranhou e começou a investigar. Os resultados foram surpreendentes. Em Roseto, quase ninguém com menos de 55 anos havia morrido de ataque cardíaco ou mostrava sintomas de problemas do coração. Para homens acima de 65 anos, a taxa de mortalidade por doença cardíaca era cerca da metade da que se registrava nos Estados Unidos de modo geral. Não havia suicídios, alcoolismo nem vício de drogas. À medida que começaram a caminhar pela cidade e a falar com os moradores, descobriram o motivo. Observaram como as pessoas interagiam, parando para conversar em italiano na rua ou cozinhando umas para as outras nos quintais. Tomaram conhecimento dos clãs familiares que se mantinham sob a estrutura social do lugar. Viram como em muitas casas três gerações moravam sob o mesmo teto – e o respeito dedicado aos avós. Elas eram saudáveis por causa do mundo que haviam criado para si mesmas em sua minúscula cidade nas montanhas. É necessário conhecer a cultura da qual fazemos parte, saber quem são nossos amigos, a família e a cidade de origem dos familiares. É preciso aceitar a ideia de que os valores do mundo em que habitamos e as pessoas que nos cercam exercem um grande efeito em quem nós somos. É necessário olhar além do indivíduo.

Permitir ao outro ser diferente no mesmo espaço, eis a boa nova. Dizia o lema da Calçados Azaleia, “Tem gente atrás da máquina”. Ninguém como o falecido diretor Nestor de Paula compreendia a dimensão das palavras do lema, assim como compreendia a pessoa em sua função. Quando partiu, partiu também a Azaleia. Que saibamos todos, neste Natal, olhar além do indivíduo - há uma luz que não se vê, porque brilha dentro de você. Eis a boa nova – a LUZ dentro de você!

 

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05/12/2012 16:12

MENTES QUE MUDAM

Romério Gaspar Schrammel *

Howard Gardner, em sua obra Mentes que Mudam, faz um rápido relato de como mudou seu pensamento referente a um determinado assunto, a partir de uma explanação de um mestre, ou seja, alguém que sabe das coisas.  Com certeza temos vivências muito semelhantes. É aquele momento fatiado que nos faz perceber algo. O que Malcolm Gladwell chamaria de Blink a decisão num piscar de olhos. Não seria uma decisão, mas perceber uma alternativa.

Eu acredito que a leitura é uma fonte. Uma fonte que abre os olhos e faz-nos enxergar as coisas diferentes. É estranho ver coisas que muitos não veem. A leitura transforma e só quem se transforma, assim como a borboleta, consegue voar.

Participando de um intercâmbio, na Alemanha, experienciei um momento de mudar a mente. Nada anormal para os padrões brasileiros lecionar cinquenta e quatro horas aula por semana. Em uma conversa com o orientador do intercâmbio, este nos interrogou sobre o número de aulas que estávamos dando. Éramos três professores gaúchos e ninguém tinha menos de cinquenta aulas semanais. Dada a nossa resposta, o senhor Werner Lich olhou-nos, por alguns segundos, e lascou “quando vocês pensam?” Sim, o professor Lich disse que eu era um professor que não pensava - e ele tinha razão. A sua colocação feriu minha alma, profundamente. Voltei ao Brasil e decidi não lecionar mais do que trinta aulas semanais. Não empobreci, mas percebi a diferença nos alunos. Eu tinha tempo para ler e corrigir as atividades. Enfim, eu me alimentava e tinha o que dizer em aula, já não os ocupava. Profissionalmente eu cresci e os alunos foram, consequentemente, os grandes beneficiados. Não é esse também um problema da educação brasileira?

Outro momento Blink foi quando deixei de trabalhar em uma empresa. É muito importante você sentir-se útil. Temos, por motivos diversos, dificuldade de deixar um emprego, mas não há nada pior do que estar em uma empresa como uma caixinha fechada. Você, com suas ideias fermentando, e ninguém “dando a mínima”. As empresas são minuciosas na seleção de funcionários, afinal querem pessoas com iniciativa própria. Depois que você lá está, têm diversos momentos para expor suas ideias - afinal o chefe precisa saber o que você está pensando. Você é outro quando atua em um espaço onde suas ideias são ouvidas, discutidas e aceitas, ou não.

Mentes são difíceis de mudar, escreve Howard Gardner. Os professores têm nisso sua principal tarefa, mudar a mente do aluno. O professor, para atingir sua meta, deve ter tempo para refletir sobre o seu trabalho e sobre o seu aluno. Analisar detalhadamente em que seu aluno progrediu, ou não, e poder verificar a causa para poder preparar atividades diversificadas. O professor precisa tempo para refletir e preparar atividades adequadas e assim atingir suas metas e indicadores. As escolas trabalham com um percentual inferior a sessenta em gasto com folha, o professor está com um percentual de sessenta em sala de aula, para o aluno ter um percentual de quarenta em rendimento. O Brasil tem muitos funcionários de baixa qualidade, esses produzem pouco e a escola não foge dessa realidade. A boa educação muda mentes, mentes transformadas mudam e qualificam resultados.

                                                                                            * Professor

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01/12/2012 22:46

DIMENSÕES DE CONFIANÇA

Romério Gaspar Schrammel *

Sabemos que mudanças custam ser dolorosas, mas podem ser amenizadas quando há um motivo real. Um amigo, pequeno empresário, convidou-me para visitar sua empresa e poder, com ele, trocar algumas ideias. Curiosamente o que deveria ser o diferencial no Homem acaba, muitas vezes, sendo o motivo de entraves: a comunicação. Já escrevi sobre o assunto e até por vezes fui mal interpretado. O amigo percebeu que o clima em sua empresa não estava lá tão positivo, embora nela trabalhassem pessoas altamente qualificadas.

Após a quarta visita, sentamos e sugeri-lhe algumas mudanças, todas envolviam as relações humanas. Notei logo que as sugestões incomodavam. Procurei sempre fundamentar as sugestões em leituras. Meu amigo mudou seu olhar quando falei sobre a importância dos colaboradores e depois dos clientes. Estava falando da obra Primeiro os Colaboradores depois os Clientes, de Vineet Nayar. Mencionei as dimensões de confiança.

A credibilidade que vem do conhecimento e da experiência profissional. Confiamos mais em pessoas de profundo conhecimento e boa prática. A confiabilidade que é revelada ao longo do tempo. Observando as atividades de uma pessoa e respeitando-a, provavelmente esta pessoa torna-se confiável e agirá diferente – produz mais. Já a intimidade tem a ver com as emoções. É perceber instintivamente que se pode ou não discutir certas questões com certa pessoa.

A confiança era o ponto. Poder confiar e conversar com pessoas da empresa. Meu amigo então me olhou e disse que a coisa não era assim tão simples. Eu também não havia dito que era, mas ele interpretou. Disse que, como bom leitor, eu sabia que neste país se escrevia Português e falava-se Brasileiro. Como já o conhecia, pensei logo que teria dificuldades em mudar as regras do jogo e foi isso que disse. A escrita tem regras, a fala nem tanto. Ele era da fala ou ainda, falava muito pouco. Passou um filme, pensei na avalanche de corrupções, mas meu filme parou na imagem de Joaquim Barbosa, enfim, há uma luz no fim do túnel. Todo ambiente precisa de regras e regras se cumprem onde há participação, diálogo, cobrança e diálogo – sim muito diálogo. O diálogo rejuvenesce, é fonte de longevidade.

O curioso é que ele, meu amigo, sem se dar conta, estava falando de uma dimensão de confiança: a auto-orientação. Este aspecto reduz o quociente de confiança. Ele está relacionado com motivos e coisas pelas quais nos interessamos.

Para finalizar o relato, tenho uma tarefa, convencer meu amigo pelo Português. Precisa aprender a ler e interpretar o que acontece em sua empresa. Vamos começar com o exercício do Reflexo no espelho e como diz Vineet Nayar, virar a gestão de cabeça para baixo.

                                                                         *Professor

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