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28/11/2012 09:07

ENEM: SEM O BELO E O BOM.

Sempre, em época de resultado do Enem, as escolas são assunto nas conversas de pais e profissionais da educação. Não há como também não falar deles: da escola e do Enem. Afinal, o que se faz na escola deve ser preocupação de todos. Se você quer o melhor mecânico para consertar seu carro, deve também querer o melhor professor para seu filho ou filha. Até, para novidade de muitos pais, a escola de seu filho ou filha, começa em seu lar. É sim, estimado pai e mãe, a sua preocupação com educação reflete diretamente no trabalho do professor e resultado do Enem. Não existe escola sem pais. Se eles estão ausentes, estão ausentes também a disciplina, a educação e o conhecimento será mínimo – como vem confirmando o Enem.

A escola é um espaço no qual se devem refletir as tensões sociais, as ideologias, o peso da tradição cultural, a personalidade, capacidades e carências de todos: alunos e adultos. Devemos abrir a sala de aula para a vida exterior, concebendo a comunidade e a classe como uma mesma comunidade educativa, e, ao mesmo tempo, procurar um ensino de qualidade, ajustando-nos aos interesses e expectativas das crianças e de suas famílias para, juntos, formarmos cidadãos autônomos e críticos, pois a educação começa onde está a criança e não onde está o professor. A nossa educação deve permitir que o nosso aluno seja sujeito do seu desenvolvimento e participe da sociedade. A escola deve dar condições para que o educando desenvolva suas capacidades como ser pensante.

Temos consciência da necessidade de assumir um novo papel educacional, de incorporar novas ideias, gerar condições favoráveis para produzir inovações e acrescentar a capacidade de gestão própria.

Configurar uma escola com personalidade própria que abarca todos os âmbitos da instituição, mas fundamentado na compreensão do pensamento humano que está empenhado em perseguir o belo, o verdadeiro, o bom e o útil.

O belo, representado pela arte, pela música, que tornam a vida mais agradável e mais feliz. O verdadeiro significa a busca da verdade em todas as áreas. Por isso estudamos e adquirimos conhecimento. O bom está relacionado à construção da moral, da ética e da compaixão. O útil, um valor moderno e mais procurado na atualidade. Na Grécia antiga, a sequência ideal era: o belo, o verdadeiro, o bom e o útil. Hoje, vivemos o império do útil, seguido do belo e do bom. Deixamos o verdadeiro para o final. A história mostra que o desequilíbrio entre esses quatro valores é o que traz as consequências que hoje vivenciamos.

O Enem, que procura uniformizar o verdadeiro, tem méritos inquestionáveis, mas não deve ser determinante para qualificar aluno e escola, já que não avalia o belo e o bom. Esperamos que o Enem de hoje não se torne o vestibular de ontem que desvirtuou o papel da escola como espaço do pensar. Qualificam-se ano a ano as questões do Enem. Perde quem não tem o hábito de ler e estudar, ganha a educação que passa a ter um referencial nacional. Que o Enem seja o Enem, mas a escola possa sempre ser o espaço do belo, do verdadeiro e do bom e assim fazer-se útil para a sociedade.

                                                                      * Professor Romério Gaspar Schrammel

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21/11/2012 11:11

NÓS NÃO PRECISAMOS DESSA EDUCAÇÃO QUE ESTÁ AÍ

 Fábio Zugman

Volta e meia recebo um e-mail de alguém questionando o valor de uma educação "superior". Recebo e-mails de empreendedores, profissionais, pessoas com recursos limitados, todos questionando se o tempo e dinheiro investidos em um curso superior ou uma pós-graduação valem a pena. Dadas minhas experiências – tanto como professor quanto como estudante do doutorado de uma das mais renomadas universidades do país – resolvi dar a minha opinião sobre o assunto. Resposta rápida: não.

Para entender o porquê dessa dramática e rápida resposta, é preciso voltar um pouco no tempo. As universidades, como as conhecemos hoje, chegaram a nós mais ou menos no formato em que existiam na Europa durante a Idade Média. Tais instituições, algumas centenárias, foram criadas para treinar os membros da elite a ocupar seu lugar na sociedade. Estamos falando de uma época em que o acesso ao conhecimento era bastante restrito, os livros eram literalmente copiados à mão e saber ler e escrever era uma marca dos bem nascidos.

Pulemos para os dias de hoje. As divisões por disciplinas, tão naturais em um mundo que mudava lentamente, cada vez mais perdem o sentido. Professores como guardiões do conhecimento? Provavelmente assisti às melhores palestras pela internet do que em toda minha vida acadêmica (devo confessar que tenho o app das palestras do TED no meu celular). Bibliotecas como detentoras do conhecimento? As grandes livrarias, livros eletrônicos e grande quantidade de material disponível em outros formatos estão derrubando as vantagens que as grandes bibliotecas possuíam. Dê-me um computador e acesso a boas fontes de pesquisa e estarei feliz em qualquer lugar do mundo.

O que dizer então, do conteúdo das aulas? Como alguém que vive a realidade dos dois lados do quadro negro, tenho isso a dizer: algumas aulas são boas, outras ruins. Poucas serão inacreditavelmente boas, e poucas inacreditavelmente ruins. Infelizmente, há professores desatualizados, controladores e simplesmente frustrados com sua profissão em todo lugar. Fora isso, a falta de conhecimento de uns não impede a atuação fornecida por um punhado de diplomas. Ouvi certa vez, de uma professora que ensinava fundamentos de Administração a calouros de um curso, como era importante "gravar ideais marxistas e comunistas nas mentes dos jovens". Tal pessoa, apesar de provavelmente ser mais marxista que o próprio Marx (e que, em segunda análise, duvido que tenha lido, muito menos entendido, o próprio), estava e continua cometendo um verdadeiro absurdo ao doutrinar de forma errônea um grupo de jovens que está dando seus primeiros passos - sem contar no completo desrespeito ao programa do curso e à inteligência dos alunos, que em vez de serem apresentados aos vários lados da discussão eram doutrinados em uma direção.

Voltando-me ao programa, eis aí outro ponto contra o ensino formal: o MEC estabelece cada vez mais disciplinas e horas-aula dos mais diversos assuntos, enquanto, na outra ponta, formam-se alunos sem o menor domínio da Língua Portuguesa ou Matemática - esses, sim, essenciais a qualquer pessoa que queira realmente participar e entender o mundo que a cerca. Programas desatualizados e massacrantes tornam aulas que poderiam ser interessantes em um exercício de repetição de teorias desatualizadas. Isso quando o professor se dá ao trabalho de mostrar ao aluno de onde realmente vêm, quais são as limitações e desenvolvimentos posteriores do assunto tratado - algo que, infelizmente, boa parte sequer conhece.

Não imagine, caro leitor, que a culpa é toda dos professores. Em minha andança pelas instituições de ensino pelo país, encontrei pessoas fantásticas, muitas delas geniais. O problema começa quando você pega um professor genial, coloca ele quarenta horas por semana em uma sala de aula e espera que ele tenha tempo de preparar aulas e corrigir provas. Pergunto, então, como é possível que tal pessoa continue atualizada em algo como 5 a 10 anos?

Também encontrei muitos que deviam ser barrados na porta. Todos aqueles que dizem dar aulas por falta de opção, ou não gostar do que fazem, ou fazerem por pura obrigação, deveriam ser gentilmente enviados porta afora.

Com tudo isso, quanto vale, afinal, um diploma?

Alguns economistas diriam que um diploma de uma boa universidade é um ótimo exemplo de auto seleção. Ou seja, alguém não é bom por ter feito um curso em uma grande instituição, mas sim por ter conseguido entrar nela. Por essa linha de raciocínio, os alunos das melhores universidades são melhores porque venceram um processo de seleção mais concorrido e possuem os recursos para se manter no curso durante o tempo necessário. O diploma não significa educação, mas é uma forma de garantir a um futuro empregador a qualidade da pessoa que conseguiu entrar em determinado curso. Se você receber cem currículos, mas apenas três vierem de faculdades renomadas, chamar esses três para uma entrevista e ignorar os outros 97 é algo bastante comum por aí.

O que nos leva à questão: por que, então, aplicar tempo e dinheiro em um curso? Comecei a fazer esta pergunta na pesquisa para meus livros sobre criatividade e empreendedorismo e descobri que a grande verdade é que não é o curso que importa, pelo menos não da forma como costumamos pensar.

Ao ler biografias, estudos científicos e outros textos sobre as características de grandes profissionais, o que vemos é que é bastante comum a presença de grandes professores. Uma pesquisa que incluía vencedores do prêmio Nobel, por exemplo, identificou que não era a instituição, mas o contato com determinado professor, que possuía relação com o futuro sucesso dos alunos. Uma das conclusões mais interessantes é que a melhor forma de ganhar um prêmio Nobel é ter estudado com alguém que já ganhou um desses. Existem verdadeiras dinastias em várias áreas, com o destaque passando de professor a aluno, que se torna professor de futuras gerações.

O que as pesquisas mostram já há muito tempo é que não é o conhecimento em si, mas a postura profissional e pessoal que fazem um grande professor. O conhecimento, afinal, está em livros, e espalhado pelo mundo, para quem tiver interesse de ir atrás deles. Mas um bom mestre, alguém que lhe ensine não só o que aprender, mas como aprender e o que fazer com isso, esses são realmente raros. Pouco importa se são professores com grandes títulos acadêmicos, "coaches" profissionais, mentores dentro de empresas, verdadeiros professores são aqueles que ensinam pelo exemplo, por inspirar, por fazer com que seus alunos queiram se tornar iguais, quem sabe até superá-los. Veja, caro leitor, que não estou falando de sonhos, professores no modo como os defino aqui são encontrados em vários lugares e biografias.

Para ficar na área de Administração, é bom lembrar que um dos homens mais ricos do mundo, Warren Buffett, se matriculou no MBA da Columbia Business School porque Benjamin Graham dava aula ali (se você viu o filme "À procura da Felicidade", com o Will Smith, o livro que ele estuda no filme foi escrito por Graham). Foi usando os ensinamentos de Graham que Buffett se tornou um dos maiores investidores do mundo. Se não fosse por essa relação aluno-professor, Buffett não seria conhecido como o grande expoente da chamada "análise fundamentalista" em finanças, e Graham não seria considerado o formador dessa disciplina. Isso sem contar no professor que sugeriu aos fundadores do Google que era hora de largar a faculdade e focar na própria empresa, já que a faculdade continuaria ali caso a aventura desse errado e inúmeros outros casos parecidos.

Que fazer então, se você continua em dúvida entre fazer ou não um curso superior? Se seu objetivo é pragmático, um diploma de uma boa instituição pode abrir algumas portas para você (mas dificilmente vai garantir sua permanência por lá). Se você quer aprender um assunto por amor aquilo, motivo não falta para você começar já, pouco importando títulos e outras coisas. Aliás, garanto que se você realmente se importar, aprenderá mais e mais rápido do que na maioria das instituições.

Agora, se você realmente quer uma experiência que valha a pena, escolha um bom professor. Ele pode estar em uma faculdade, ele pode ser seu chefe, colega, um conhecido com o qual você conversa de vez em quando e te inspira a ser melhor, ou até um personagem histórico sobre o qual você costuma ler e admira (pessoalmente, penso no Winston Churchill quando tenho um problema. Não só ele resistiu aos nazistas isolado em uma ilha, como conseguiu tal proeza estando bêbado em boa parte do tempo).

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20/11/2012 08:59

INQUIETAÇÃO GERA VIOLÊNCIA

                                                                               Romério Gaspar Schrammel *

Quando nasceu minha filha, em 2000, uma amiga aproximou-se, cumprimentou-me e disse “agora tens algo do qual nunca mais te libertarás”. Já não tenho como também me libertar do dito de minha amiga, porque filho é da gente, mas não é como a gente.

Os animais vivem com ausência de ego, sem participar de emoções como inveja e ganância, eles são extremamente previsíveis e não trazem para o encontro nenhum desejo de machucar ou enganar. O mundo humano, ao contrário, tem um histórico de profunda imprevisibilidade.

Lembro-me então dos textos bíblicos, do fruto proibido de Adão e Eva; de Caim e Abel. São histórias que têm como finalidade alertar-nos do que há dentro de nós e do que é difícil libertar-nos: o ego, a ganância e a inveja. O ser humano precisa, por isso, ser educado. Isso não envolve montanhas de conteúdo, nem Enem. Isso implica em relacionamento: relações humanas. Pais precisam assumir a responsabilidade pelo bem estar emocional de seus filhos. As impressões de humanidade com as quais crescem moldarão suas vidas e afetarão as vidas das pessoas que as circundam, perpetuando um círculo positivo, ou negativo. Tudo depende muita mais da educação e não do conhecimento.

A comunicação, em família, é a chave de nosso sucesso como seres humanos. A má comunicação resulta em inquietação, infelicidade, isolamento e depois para na página policial do jornal e tela de televisão – como estamos acompanhando em São Paulo, Santa Catarina e amanhã poderá estar em nosso Estado. A boa comunicação, a relação saudável protege-nos de erros de comunicação que tendem a se decompor em um estado de medo e desconfiança. Adquirir confiança em um relacionamento é um dos aspectos mais enriquecedores da vida. A comunicação ou a falta da mesma molda nossa personalidade, assim como as mãos do escultor moldam a argila.

Ser pai é um dos trabalhos mais duros que qualquer pessoa pode assumir. Quem não domina tecnologia já terá dificuldade em ser bom pai, afinal, você é responsável pela educação de seu filho e deve saber comunicar-se com ele. O ego, a inveja e a ganância estão afastando o homem do humano, pois a educação já não educa. Mário Sérgio Cortella escreve, “só deixaremos um mundo melhor para nossas crianças, se deixarmos crianças melhores para o nosso mundo”.

Vivemos um momento de medo – o medo antecede a violência e a ignorância é a causa de ambos. A comunicação leva-nos para a confiança, pois pela comunicação esperamos obter conhecimento, esperamos obter informações, esperamos obter verdade – onde estão elas, as verdades? Faltam verdades na comunicação, pois os discursos carecem de concretização prática. Respostas evasivas trazem inquietação e esta leva à violência. A violência é fruto de conteúdo de pouca verdade. Dar às pessoas respostas erradas é transformá-las em pessoas más.

                                                                                        * Professor

 

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19/11/2012 09:01

FUI DEMITIDO PORQUE SOU MUITO BOM!

Marynes Pereira * (publicado19/11/2012)

Parece um título absurdo, mas é uma situação que ocorre com muitas pessoas e algumas empresas parecem ter o dom de: PREPARAR, CAPACITAR E EXPORTAR SEUS MELHORES TALENTOS PARA A CONCORRÊNCIA.

E o pior é a cegueira reinante nessas empresas que tem o discurso mais do que comum de que a pessoa que demitiram “não era tão boa assim”; mas o incrível é que essa mesma pessoa demitida na empresa A, está indo muito bem e apresentando excelentes resultados na empresa B.

Você não tem certeza se sua empresa se enquadra nessa situação? Então faça algumas perguntas:

  • Depois que você contratou um novo Líder, sua equipe foi quase toda demitida?
  • O seu novo Líder recontratou pessoas todas indicadas por ele?
  • Onde estão as pessoas que saíram da sua empresa e quais os resultados delas no mercado?
  • Você, pessoalmente, conversou com algumas das pessoas demitidas pelo seu Líder? Escutou a versão dessas pessoas demitidas?
  • Você demitiu baseado em fatos ou fofocas?
  • Qual a média de permanência das pessoas na sua empresa?
  • Algum Líder em especial troca, constantemente, os membros da equipe alegando incompetência dessas pessoas ou problemas de caráter?

Se você respondeu SIM  a qualquer das perguntas acima, continue a ler este artigo.

Muitas são as pessoas que me consultam depois de serem demitidas, procurando uma recolocação no mercado e muitas delas estão arrasadas e sem explicação para estar sem trabalho. Sua autoestima está completamente abalada.

Realmente, é difícil encarar essa situação, mas será pior se você ficar procurando achar os culpados e deixar de analisar a excelente oportunidade de aprendizado.

Portanto vamos continuar com as perguntas, especialmente para você que pode ter sido demitido recentemente,  ou que ainda guarda ressentimentos devido a uma demissão no passado:

  1. Você não estava feliz nessa empresa?
  2. Você não tinha amigos lá?
  3. Não participava dos eventos e treinamentos que a empresa promovia?
  4. O seu superior imediato implicava com você ou parecia discordar de todas as suas ideias?
  5. O seu superior procurava lhe expor ao ridículo na frente dos demais?
  6. O seu superior parecia se sentir ameaçado por você
  7. Suas ideias eram sempre destoantes em relação aos demais membros da equipe?
  8. Só você falava e dava suas opiniões nas reuniões? Os demais sempre ficavam quietos e falavam mal de tudo nas “conversas de corredor”?
  9. Você estava se sentindo exausto(a) tentando convencer as pessoas sobre seus projetos?
  10. Todos lhe apoiavam em particular, mas discordavam em público?
  11. Você se sentiu, algumas vezes, em dúvida sobre sua capacidade?
  12. Você se sentiu oprimido e depressivo pela falta de consideração de todos?
  13. Você se sentiu um extraterrestre nessa empresa?
  14. Entrou um novo “chefe” arrogante e cheio de ideias que disse que ia colocar a empresa no rumo a qualquer preço?
  15. Você reparou se pararam de lhe consultar sobre novos projetos?
  16. Os seus colegas ficam com medo de serem vistos falando com você?
  17. Procuraram lhe colocar em confusão e fofocas?
  18. Você chegou a “cair em armadilhas” de alguns colegas seus ou de seu superior porque você foi ingênuo?
  19. Você vem reclamando de tudo e de todos, mas sente que está certo?
  20. Você se sente sozinho?

Bem, se respondeu SIM  para qualquer das perguntas acima eu e lhe convido a uma reflexão que o irá ajudar muito se você está passando por essa situação, ou se você é gerente ou empresário e percebeu esses sinais em sua empresa.

Muitas vezes, aceitamos trabalhar em qualquer empresa, devido a uma necessidade imediata de dinheiro, ou aceitamos promessas gigantescas de reconhecimento e autonomia.

Ao iniciarmos nessa nova empresa, nem sempre avaliamos a sua reputação ou consultar ex-colaboradores para saber a opinião deles. Nem sempre somos informados sobre o que esperam de nós, as expectativas dos Líderes e quais os valores e missão da empresa.

Com o passar do tempo, em média após seis meses da data que você começou, os problemas começam a aparecer e você tem a impressão de que irá consertar o mundo e fazer a diferença, mas percebe que existem forças contrárias que você não havia percebido e que impedem o seu progresso e suas realizações.

Você sente-se desconfortável, mas vai deixando o tempo passar, afinal, você precisa de tempo para ir se acostumando à nova empresa e às pessoas. Acredita que “as coisas se acomodem, naturalmente”.

Em alguns momentos, percebe que a empresa não é bem aquilo que você imaginava, mas não procura analisar e entender o que está acontecendo. Procura ignorar e continuar trabalhando sem pensar muito.

Passados alguns anos nessa empresa você sente medo de voltar ao mercado e procurar novas oportunidades e já está acostumando a essa situação e, além disso, fica em dúvida de tanto que lhe criticam nessa empresa e começa a acreditar  que talvez, o problema seja você.

Bem, gostaria de compartilhar com você as últimas descobertas na área de Gestão de Pessoas e que começou lá atrás com Peter Drucker e hoje existem muitos pesquisadores nessa área e a Gallup é uma dessas empresas que estuda o ambiente de trabalho das empresas e as pessoas, através das pesquisas.

Ao longo da década de 90, a Gallup conduziu uma das maiores pesquisas realizadas sobre gestão do ambiente de trabalho – mais de 1,3 milhão de colaboradores em 23 países – a fim de descobrir quais os principais fatores críticos de sucesso de um ambiente de trabalho. Em 2005 pesquisaram 86 mil colaboradores ao redor do mundo.

Chegou às seguintes conclusões:

85% das pessoas estão infelizes e insatisfeitas em seu trabalho e isso explica porque muitas das empresas são piores do que as suas equipes. Essas pessoas sentem que poderiam oferecer mais do que, de fato, estão oferecendo às empresas, devido à falta de oportunidade  e reconhecimento e que muitas pessoas e empresas perdem tempo focando e tentando melhorar seus pontos fracos quando deveriam administrar seus pontos fracos e focar em seus pontos fortes.

Ao levantar os talentos das pessoas observou que não existe a PESSOA ERRADA, o que pode ocorrer é que essa pessoa está no lugar errado, ou na empresa errada porque ainda não conhece suas potencialidades, ou não corre atrás de sua paixão e sonhos, ou porque seu Líder não sabe aproveitar seus talentos e pontos fortes, ou por existirem falhas nas seletivas de pessoas colocando as pessoas certas nos lugares errados, enfim são diversos os fatores que levam a essas estatísticas vergonhosas de desperdício de pessoas e sucesso de empresas e pessoas.

Portanto, se você passou ou acompanha alguém que esteja passando por essa situação, tenha em mente a seguinte orientação: verifique quando você começou a perder a sua paixão pela função ou pelo lugar de trabalho; o que desencadeou isso. Se você não aprender com essa situação e mudar o seu comportamento, crenças, paradigmas e passar a se autoconhecer, essa situação irá se repetir em qualquer outro lugar que você vá. Mas se você perceber que fez tudo correto e mesmo assim a empresa não o valoriza, então, peça o  feedback de seus amigos e prepare-se para sair, planejando-se financeiramente para esse momento e lembrando-se de não entrar em nenhuma outra empresa parecida com a que você quer sair para que essa situação não se repita.

Mas, em hipótese alguma, fique achando que você é a pior pessoa do mundo, que tudo dá errado para você, ou que ninguém o compreende. Por favor, use seu tempo para entender de maneira positiva, a sua situação e buscar o aprendizado com foco na solução e trace sua próxima estratégia de ação.

Bem, espero ter compartilhado com vocês algumas orientações importantes para que continue sua jornada em busca de muito sucesso (seja qual for a sua definição) e entenda que depende de você alcançar as suas expectativas e realizações.

* Profissional com mais de 25 anos de experiência atuando como executiva nas áreas de Gestão Estratégica e de Pessoas, Marketing, Vendas e Franchising. Gestão

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30/10/2012 09:15

Qualifique o líder que há em você.

Diferenças entre ser chefe e líder

  • O Chefe empurra – O Líder puxa
  • O Chefe comanda – O líder comunica
  • O Chefe é o “dono da boiada” – O líder é o maestro
  • O Chefe é o comandante – O líder é um treinador
  • O Chefe é o dono da voz mais alta – O líder fala normalmente para ser ouvido
  • O Chefe administra – O líder inova
  • O Chefe cópia – O líder é original
  • O Chefe mantém – O líder desenvolve
  • O Chefe pergunta “como” e “quando” – O líder pergunta “o quê” e “por quê?”
  • O Chefe convive melhor no “status-quo” – O líder desafia, muda
  • O Chefe é um bom soldado – O líder é ele mesmo
  • O Chefe faz a coisa corretamente – O líder faz a coisa certa
  • O Chefe obtém resultados através das pessoas- O líder desenvolve pessoas e grupo
  • O Chefe quer segurança e estabilidade – O líder quer desafios
  • O Chefe busca “status” de vida – O líder privilegia qualidade
  • Os Chefes são obedientes – Os líderes contestadores
  • Os Chefes são fazedores – Os líderes criativos.
  • O Chefe faz tudo que mandam – O líder faz o que é melhor para todos

 

Os cargos de chefe estão sendo extintos, dando lugar aos gestores, pois hoje ninguém mais chefia e sim gerencia pessoas.

Líder x Posição

“A posição não faz o líder, mas o líder pode fazer a posição”.

Líderes e pares

Para desenvolver um papel de líder você também deve gerenciar seus pares, não esperando que eles simplesmente o sigam, mas ajudando-os a conquistar seus objetivos. Se você ajudá-los a atingir suas metas, não só a empresa ganhará, mas você também.

Transparência

Partindo do pressuposto lógico de que ninguém é perfeito é necessário parar de fingir. Pessoas que se preocupam com suas fraquezas assim como com seus pontos fortes atraem seus colegas. Criam laços de confiança. São acessíveis. Admita erros, peça conselhos, seja aberto para o aprendizado, não seja simplista ou binário ao julgar o certo e o errado, deixe de lado a pretensão e o orgulho.

Limite e potencial

Lidere as pessoas pelo que elas podem ser e não pelo que elas são e você verá como elas respondem! Não só a relação será melhor e a produtividade aumentará, mas também você ajudará esta pessoa a atingir o máximo de seu potencial.

Excelência

A boa liderança é mais do que simplesmente atingir metas. Atingi-la o faz ter sucesso. Atingi-la por meio do trabalho de sua equipe o faz um líder. Mas desenvolver pessoas enquanto as auxilia para atingir a meta no mais alto nível o faz um líder excepcional.

Decisões

As decisões precisam ser tomadas de forma consistente com seus valores. Liderados espelham-se no comportamento de seus líderes, sendo assim, atente-se à sua conduta antes de criticar pessoas que trabalham em sua equipe.

Responsabilidades

Liderança é uma jornada que começa onde você está e não onde você quer estar. Grandes responsabilidades surgem após você conseguir lidar bem – na visão de quem te avalia e não na sua – com as pequenas.

Inspiração

Pesquisas mostram que a inspiração é a competência mais poderosa da liderança. É a qualidade mais valorizada pelos funcionários. É o fator mais correlacionado com comprometimento e satisfação.

Se você se encontrou nestes pontos, parabéns. Se você não se encontrou, cuidado. Não adianta vender a ideia de líder e ser apenas um chefe.

Washington Souza escreveu: Chefiar é fazer com que as pessoas façam algo.

“Os grandes líderes são aqueles que formam outros líderes”.

Fonte: https://www.blogcmmi.com.br/lideranca/a-diferenca-entre-chefe-e-lider

(Texto original de Gustavo Rocha/Consultor nas áreas de Gestão, Tecnologia e Qualidade)

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22/10/2012 20:29

O que o empresário gostaria de saber durante a faculdade

O que têm em comum Steve Jobs, Mark Zuckerberg, Bill Gates ou Julian Assange? São empresários de sucesso que não terminaram as suas faculdades. Todos eles começaram os seus cursos, mas por motivos distintos acabaram por começar projetos individuais, que mais tarde trouxeram um nível de reconhecimento que dificilmente teriam conseguido caso tivessem terminado o faculdade. Eles acreditaram em seu próprio negócio e foram em frente. O que aconteceu com estes empresários de sucesso foi que desde muito cedo perceberam que o trabalho que eles tinham começado deixava-os mais motivados para trabalhar e que o curso não estava a ser muito útil. Tão simples quanto isto.

Devo desistir da faculdade para começar o meu próprio negócio?

Tal como tudo na vida, a resposta a uma pergunta nunca deve ser sempre “sim” ou “não”. Todas as situações devem ser analisadas. Faça a si mesmo as seguintes perguntas:

  • O curso está a dar-me novos conhecimentos?
  • Sinto-me entusiasmado pelo que estou a aprender ou estou apenas a cumprir uma obrigação?
  • O meu próprio negócio dá-me maior motivação do que a faculdade?
  • É um projeto rentável em longo prazo?
  • Quanto dinheiro precisa para começar o meu próprio trabalho?
  • Quanto tempo falta para terminar o curso? Será que não compensa fazer este esforço?
  • Como está o mercado do meu curso? As pessoas têm conseguido emprego?

Trocar uma licenciatura por um negócio próprio é uma decisão bastante importante. Especialmente porque irá mudar o seu futuro para sempre. Se continuarmos a estudar, podemos estar a perder uma oportunidade única. Se formos em frente com o nosso projeto, é provável que o curso fique por terminar. Mas se você tomou este última opção, veja quais são as vantagens e tudo o que vai aprender caso inicie o seu próprio negócio:

 

1. Aproveite as oportunidades

Se você acha que na faculdade lhe dá pouco tempo para entregar trabalhos, espere até começar algo mais profissional. Quando começamos uma empresa, temos que ser competentes e cumprir todos os prazos que se tenham com os clientes. Ao falhar em qualquer ponto, muito facilmente eles irão procurar um concorrente seu para fechar um negócio. Comece por se habituar na faculdade a cumprir todos os prazos ou até mesmo a entregar antes da data combinada. Dá-lhe credibilidade e é um bom treino para a sua vida futura.

2. Seja proativo

Quando se é aluno tudo é muito fácil: dizem o que tem de fazer, se estiver a ter más notas é avisado e apenas tem que estudar o que lhe dizerem. Tudo isto, facilita em muito a sua vida, fazendo com que perca uma característica fundamental para o mundo dos negócios, que é a proatividade. Faça parte do jornal da faculdade ou ofereça-se para fazer pesquisas juntamente com professores. É importante fazer algo mais do que ir apenas às aulas ou fazer as provas. Esta atitude irá lhe trazer grandes benefícios para o futuro.

3. Seja constante durante todo o ano

O pensamento da maioria dos estudantes é quase sempre o mesmo: divertir-se e apenas aplicar-se um pouco mais durante o período de testes. Apesar de se adaptar plenamente à vida de aluno, pouco tem a ver com a realidade. Quando você começar a trabalhar, terá de se aplicar todos os dias e não apenas “em cima da hora”. Comece por conseguir uma rotina da faculdade que lhe dê uma noção do que será o seu dia-a-dia no trabalho e deixe de produzir apenas sobre pressão.

4. Aprenda fora das aulas

Muitos estudantes reclamam que, quando saem da faculdade, pouco sabem sobre o que têm para fazer. Isso é uma verdade, pois as universidades focam-se muito no teórico, deixando de lado a vertente prática, que fará toda a diferença na hora de conseguir mais clientes. Por isso, aconselho que estude fora do seu horário normal de aulas. Compra livros, faça cursos ou trabalhe de graça. Essa é uma forma de se sentir mais preparado quando ingressar no mercado.

5. Ocupe o seu tempo de férias

Como é bom ter três meses de férias por ano. Mas isso apenas acontece quando você é estudante. Ao iniciar o seu trabalho de freelancer ou outro qualquer, irão existir anos que nem sequer terá férias! Enquanto estudante, é bom que se comece a preparar cedo para essa realidade. Durante o verão, faça algum trabalho relacionado com a sua área. Além de ganhar experiência, consegue entrar nessa realidade bem mais cedo.

6. Não reclame quando sair mais tarde

Quem trabalha como freelancer ou tem uma startup, sabe bem que não existe propriamente horário de entrada ou de saída. Você vai para casa quando o trabalho estiver concluído. Quem tem espírito empreendedor, sabe que para conseguir aumentar os rendimentos necessita de trabalhar mais que os seus concorrentes. E isso muitas vezes implica trabalhar pela noite fora. Enquanto estudante, você reclama quando o professor passa cinco minutos do tempo normal de aula. Parece que é um direito que você tem o de sair àquela hora. Quando isso acontecer, pense duas vezes, pois no futuro esse direito termina bem rápido.

7. Não falte

A sexta-feira é, normalmente, um dia complicado para os estudantes. A preguiça muitas vezes faz com que tenham vontade de viajar um dia mais cedo até casa, para ficarem com a sua família. Quando criar o seu próprio negócio, essa realidade será muito rara, podendo até não passar o final de semana com quem mais gosta. Por isso, na faculdade adquira o hábito de não faltar às aulas apenas porque quer ir um dia mais cedo para casa. Muito menos fique dormindo pela manhã porque tem preguiça. Essa realidade não se enquadra no mercado de trabalho.

8. Defina uma rotina

A vida de estudante habitualmente não tem qualquer rotina. Um dia dormem às quatro da manhã, enquanto no outro acordam ao meio-dia. O hábito de acordar e deitar a horas rigorosas perde-se com a mesma facilidade com que se sai para um bar com os amigos. Mas mais uma vez, isso pouco tem a ver com o trabalho de qualquer empreendedor. Tentar ter uma rotina é das melhores coisas que você pode fazer para a sua produtividade. Claro que pode acordar uma hora ou duas depois do que costuma fazer. Não é por causa disso que o seu dia será diferente. Mas tente não fugir muito disso.

9. O importante é a prática

Nas faculdades, dão-lhes vários livros para ler, trabalhos para fazer ou workshops para assistir. Mas acabam se esquecendo de uma coisa: a prática. Se estiver sentindo que essa parte não existe no seu curso, terá que ser você a partir à procura dela. Foque-se naquilo que quer ser e fazer como os as pessoas de sucesso da sua área. Tente encontrar um part-time ou um estágio, mesmo que não ganhe dinheiro com isso. Mais tarde vai compensar.

10. Construa o seu futuro

Uma das desculpas que sempre me tirou do sério foi a de justificar as notas mais baixas com as más notas dos outros colegas. No fundo, como se toda a turma tivesse errado, nós também tínhamos o direito de fazê-lo. Essa atitude não deve ser transferida para o mundo dos negócios. O sucesso ou insucesso dos outros deve ser sempre independente do seu. Você deve construir o seu futuro, sem ter como base os outros. Apenas você é capaz de mudar os próximos meses ou anos.

E você, o que mudaria no seu passado de estudante?

Apenas com o passar do tempo somos capazes de identificar os nossos erros anteriores. Isso é algo normal e nunca nos devemos julgar por cometermos erros por inexperiência. A vida é assim mesmo: uma aprendizagem constante. Mas agora sugiro ao leitor que deixe alguns “erros” que cometeu enquanto estudava.

O que mudaria no seu tempo de estudante? Quais erros cometeu? O que fez de diferente dos seus colegas? (Texto original de Luciano Larrossa)

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10/10/2012 08:34

O Diretor... não, da escola!

O hospital superlotado, médicos e enfermeiras já não sabem o que fazer. Há necessidade de priorizar. Os profissionais são xingados, são também ameaçados fisicamente. Saímos do hospital e vamos para a escola. Aqui piorou, espaço sem disciplina, sem motivação, sem salário, sem pensar. A escola está diante de um sério dilema. Ela carece de projeto pedagógico, carece de profissionais, carece de bons salários, carece também de credibilidade. O que as crianças e jovens antes recebiam na escola hoje recebem em inúmeros espaços virtuais. E daí?

A escola está em descompasso. José Pastore, em recente entrevista, falando sobre a deficiência da educação brasileira, disse que o fracasso da educação reside no binômio professor e diretor ou gestor. Chamou a atenção, pois é normal falar do professor, mas não do diretor. O professor é o problema mais grave, pois não está preparado para a sociedade do conhecimento porque o diretor, o gestor da escola, não seguiu as demandas, as tendências dessa sociedade. O gestor precisa estar na sociedade e observar a escola de fora. Quem faz o inverso, sempre tem certeza de que a sua escola é a melhor – mas o mundo gira. Quando acorda, os seus alunos já estão revelando no face. Face que o diretor ainda não conhece – se conhece, não usa.

Muitos profissionais, que vêm para o mercado de trabalho, vêm de escolas emergentes, fazendo cursos emergentes. Todos querem que o aluno aprenda a pensar. Cabe à escola refletir, pensar sobre a mudança histórica nos modos de construirmos o que somos, as maneiras de nos relacionarmos com os demais e com o mundo, pois o modelo de ontem foi sendo corroído pelas redes sociais.

O diretor deve sentir-se instigado a pensar acerca da escola do amanhã. Indagar o que é uma escola, qual sua finalidade para o amanhã, como gostaria de transformá-la, como torná-la o espaço do pensar?

Como afirma Pastore, a escola não é algo isolado do resto da sociedade, portanto ela também vai mudando ao compasso das transformações socioculturais, políticas e econômicas. No entanto, essa capacidade de adaptação é limitada: seu formato não tem uma flexibilidade total e pode chegar um momento em que não dê mais conta das mudanças. Em um passado não muito distante, a escola não existia, ela pode muito bem vir a desaparecer, ou a se transformar radicalmente.

A antropóloga Eleonora de Lucena sugere uma reflexão profunda sobre a possível fusão entre dois universos: o dispositivo pedagógico no qual se baseia a escola tradicional, por um lado, e o universo das redes informáticas, por outro lado. Pensa o diretor, pensam os professores, pensam também os alunos.

                                                          Professor Romério Gaspar Schrammel

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05/10/2012 09:29

Os 10 Mandamentos da Gestão do Conhecimento

Gestão do Conhecimento é o tipo de tema que apaixona. Isso mesmo. Muitos se apaixonam, mas poucos casam. Só que deveriam.

Parte da culpa desse estigma está no fato de o Conhecimento geralmente estar bastante difuso nas empresas e, portanto, não ter um contorno claramente definido, e porque os projetos de Gestão do Conhecimento são, via de regra, mais lentos e complexos (entendam custosos) do que “deveriam”.

Contribuem também para o abandono precoce do tema como relevante para as companhias (i.e. dedicar tempo, recursos e talentos para que projetos desta natureza sejam priorizados, desenvolvidos e sistematizados) a suposta dificuldade de se comprovar a correlação de seus benefícios com a melhor performance e resultados da companhia e, por fim, o fato do Conhecimento ainda não ser visto e tratado gerencialmente como Ativo de Valor (para maior compreensão de como isto pode ser feito metodologicamente, consultar Gestão de Ativos Intangíveis.

Seja, como for, recomendo 2 coisas: (1) repensem o papel do Conhecimento para a competitividade e diferenciação de suas empresas e (2) reavaliem retomar (ou priorizar) projetos que abordam parte ou a integralidade da prática de Gestão do Conhecimento.

Abaixo nossa colaboração prática e experiencial, depois de participarmos de mais de 20 projetos do gênero, nos últimos 5 anos, para as 500 maiores empresas do Brasil.

1. Entenda o Conceito e Alinhe Estrategicamente o que é Conhecimento

a. Alinhe conceitos e visões sobre Conhecimento e sua Gestão perante a estratégia da empresa, seu setor de atuação e seu modelo de negócio;

b. Analise o Grau de Maturidade da Gestão do Conhecimento na empresa e sua atual relevância no orçamento atual da empresa;

c. Identifique as alavancas de valor do Conhecimento na estratégia corporativa, setor de atuação, modelo de negócios e perfil de clientes/consumidores;

d. Defina uma Estratégia de Conhecimento para a empresa;

e. Entenda e qualifique os benefícios que a Gestão do Conhecimento trará para a organização, perante sua necessidade e uso;

f. Identifique os pontos de convergência e gaps da Gestão do Conhecimento com os objetivos estratégicos e com a atual dinâmica e modelo de Gestão do Conhecimento;
g. Conceitue e detalhe, em termos estratégicos, o que é ou será a prática de Gestão do Conhecimento para a empresa;

h. Pesquise, faça benchmarks, encontre melhores práticas, adapte para sua realidade;
i. Delimite escopo e finalidade de aplicação do Conhecimento na empresa;
j. Crie comitês, grupos, fóruns, redes temáticas, funcionais, multidisciplinares e/ou por afinidade de Conhecimento.

2. Faça a Topografia do Conhecimento Aplicado

a. Mapeie seus stakeholders internos e externos;

b. Qualifique os stakeholders por papéis: usuários, fornecedores, geradores, beneficiadores, etc;

c. Identifique e mapeie as áreas, processos e/ou atividades que produzem, armazenam, beneficiam, usam e disseminam o Conhecimento (ou seus componentes, como dados e informações) de forma mais intensa.

Compreenda sua finalidade

d. Entenda e categorize os impactos de cada elemento do Conhecimento e de seu sistema de gestão nas cadeias de valor interna e externa;

e. Formalize os “nódulos” de conhecimento por confluências de alta densidade de uso de conhecimento e seus componentes;

f. Classifique o Conhecimento por elementos: temas, dimensão, natureza, finalidade, perfil de uso, recorrência, etc.

3. Investigue e Classifique o Conhecimento

a. Compreenda a origem, destino, formato, aplicação, periodicidade, criticidade, permissões de acesso e uso, etc. de cada elemento ou nódulo do Conhecimento Tático e Explícito (em cada um dos processos analisados);

b. Entenda detalhadamente o fluxo (workflow) que o Conhecimento percorre em cada área e processo, desde sua origem até seu destino;

c. Mapeie como o Conhecimento é originado e/ou formado (como é composto em dados e informações), quais suas fontes internas e externas;

d. Fique atento aos diversos formatos de mídia, canais e sistemas existentes, formas de acessos e compartilhamento de informações;

e. Identifique quem, como, quando e qual a importância de determinado sistema, área, pessoa ou função que utiliza o cada elemento do Conhecimento.

4. Formalize o Modelo de Valor e Eleja os KPIs de Performance e Valor

a. Compreenda que Conhecimento é um Ativo Intangível que gera e protege valor. Defina KPIs tangíveis e intangíveis, de Performance/Resultados e de Valor, para a Gestão do Conhecimento;

b. Integre o modelo de Valor do Conhecimento na estratégia da empresa (Ex: BSC);
c. Desenhe Dashboards de Performance e Valor para acompanhar a Gestão do Conhecimento;
d. Identifique impactos mais amplos, estratégicos, não fique preso somente a mensurações de ganhos de performance. Busque a mensuração do Valor Gerado e/ou Protegido;

e. Estabeleça uma rotina de avaliação e refine os indicadores, metas e objetivos à medida que os monitore;

f. Estabeleça ciclos de avaliação mais curtos e com menos KPIs no início e vá aumentando a complexidade do modelo de avaliação de acordo com o nível de maturidade do processo.

5. Defina o Sistema de Gestão do Conhecimento na Empresa

a. Desenhe um Modelo de Gestão do tipo PDCA com rotinas claras e sistematizadas;

b. Construa o modelo de detalhamento (drill-down) da Gestão do Conhecimento por processo, área, função, natureza, etc.

c. Desenhe o roadmap de atividades, priorize a implementação em ondas, construa o Business Case;

d. Organize os projetos e iniciativas em PMO, atribua orçamentos e métricas de performance;
e. Desenhe a arquitetura do modelo de Gestão do Conhecimento na empresa. Correlacione os processos com tecnologias e sistemas de suporte; avalia a infra-estrutura e a maturidade das tecnologias disponíveis e eventuais gaps;
f. Especifique as funcionalidades da Gestão do Conhecimento (requisitos de usuários e casos de uso) e desenvolva a documentação técnica para a especificação tecnológica;

g. Suporte o processo de desenvolvimento e implementação tecnológica; organize o PMO tecnológico do projeto, coordene o PMO de implementação;
h. Defina os atributos de segurança da informação e as rotinas de gestão e atualização tecnológica;

i. Participe ativamente dos testes de validação e dos processos de homologação. Dedique gestores de negócios para acompanhar o processo de desenvolvimento tecnológico.

6. Estabeleça uma Política de Governança para o Conhecimento a Ser Gerido

a. Estabeleça políticas claras para o acesso, inserção e uso do Conhecimento por área, função, cargo, bem como dimensão, natureza, finalidade do Conhecimento;
b. Defina permissões de acesso e utilização do conhecimento para cada um dos canais e ambientes que serão disponibilizados;

c. (Re)defina papéis e responsabilidades para todos os envolvidos com a prática de Gestão do Conhecimento;

d. Formalize os modelos de gestão e report dos grupos, fóruns e comitês de Conhecimento; integre-os no modelo de gestão da empresa.

7. Implemente um Plano de Comunicação e Treinamento Corporativo

a. Defina modelos e estratégias de comunicação e disseminação do Conhecimento e da iniciativa de Gestão de Conhecimento. Seja transparente;

b. Conceba modelos de abordagem que sejam informativos e educativos;

c. Crie referências, ambientes de consulta, tutoriais, promova fóruns de discussão, blogs, wikies e ambientes colaborativos e abertos a todos aqueles relacionados ao tema;

d. Utilize todos os canais disponíveis, dos digitais aos físicos, de acordo com sua finalidade e capacidade;

e. Observe valores e diferenças culturais de seu público; seja objetivo e claro; tangibilize os benefícios;

f. Eleja, treine e prepare seus multiplicadores e embaixadores para suas novas responsabilidades advindas das mudanças;

g. Forme multiplicadores e embaixadores em diversas áreas, tenha visões multidisciplinares;
h. Treine seus usuários; faça isso de forma recorrente; mensure resultados;
i. Valorize sua equipe de projeto, assim como os multiplicadores e embaixadores do Conhecimento. Esteja certo de que todos compartilhem da mesma visão e conceitos.

8. Estabeleça um Plano de Recompensas Fundamentado na Cultura da Empresa

a. Recompensas podem ser de diversas naturezas: materiais ou não. Fique atento ao seu público. Identifique o que ele valoriza, alinhe à cultura corporativa;

 b. Estabeleça um plano progressivo de metas e indicadores de fácil compreensão e mensuração;

c. Garanta que todos os usuários e colaboradores do conhecimento estejam devidamente treinados e com suporte; e que entendam os modelo de recompensa de forma correta;

d. Estabeleça recompensas em função de papéis, responsabilidades, valor agregado e nível de colaboração assumidas por cada um;

e. Fomente o conceito de empreendedorismo, de comprometimento com o projeto e com a geração, beneficiamento e disseminação do Conhecimento em si.

9. Garanta o Forte Patrocínio da Alta Gestão

a. Dada a importância estratégica do projeto e natural concorrência interna entre projetos, tempo, atenção e orçamentos já existentes, reafirme o apoio explícito da Alta Gestão ao (time do) projeto e as atividades de cada um;

b. Formalize este apoio com instrumentos de comunicação e relacionamento da Alta Gestão para com o (time do) projeto e seus objetivos;

c. Comunique o grau de contribuição da gestão do Conhecimento para com a estratégia e objetivos corporativos no curto, médio e longo prazo;

d. Destaque a devida importância de cada colaborador no processo de Gestão do Conhecimento e associe sua colaboração e responsabilidades ao resultado (bottom-line) da empresa.

10. Não Esqueça que o Sucesso do Projeto Está nas Pessoas e na Maturidade do Sistema de Gestão

a. Reconheça que todo conhecimento gerado e/ou captado parte de pessoas, fontes ou de um processo/sistema estruturado ou não;

b. Motive as pessoas envolvidas direta ou indiretamente, uma vez que devem se sentir movidas a colaborar, compartilhar o Conhecimento, entendendo as vantagens e benefícios para ta;l

c. Os aspectos tecnológicos e relacionados à usabilidade não devem ser restritores e/ou serem percebidos como ameaças aos processos já estabelecidos;

d. O Conhecimento Tácito (não explícito, não estruturado), que geralmente ficam “na cabeça” dos colaboradores, muitas vezes tem valor igual ou superior ao conhecimento formal, estruturado. È de fundamental importância criar maneiras para que o mesmo não fique enclausurado. Crie sistemáticas de explicitação deste Conhecimento, tanto em formatos, como mídias e canais;

e. Incentive a troca de experiências, documente lições aprendidas, agregue maturidade aos processos ligados à Gestão do Conhecimento.

(Autor: Daniel Domeneghetti)

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17/09/2012 14:27

O QUE APRENDER PARA ENCARAR OS NOVOS TEMPOS

Alfabetizados e socializados online, os jovens que cresceram com a internet (ou melhor, na internet) veem o mundo em completa transformação.

Eles não `surfam` na rede, a web para eles não é um `espaço virtual`, nem mesmo é externa à realidade. Invisível e constante, ela é complementar ao mundo físico. Mais do que uma tecnologia, ela é uma linguagem. Novos aparelhos aparecem e desaparecem, a Internet persiste. Ela, que já esteve restrita a mainframes e browsers, hoje começa a deixar os celulares e invadir eletrodomésticos e roupas.

Esse contexto interativo e conectado estimula um novo modo de pensar. Entre os mais jovens a informação é viva, maleável, distribuída em vários lugares, cada um com diferentes níveis de credibilidade. Como em um jogo, a resposta à cada pergunta é conquistada à base de interesse, tempo e esforço. Cabe a cada um filtrar o que encontra e tirar suas próprias conclusões. E elas não são definitivas, podem ser mudadas quando surgirem respostas melhores ou mais convenientes.

Quando comparada com aquela verdade monolítica, dogmática, perene e universal com que se convivia até o fim do século passado, a evolução é clara. A prova de seu sucesso está no volume de pesquisas e no interesse pela educação continuada.

Em nenhuma época da história foram feitas tantas perguntas quanto as que se faz a cada minuto no Google. Nenhuma enciclopédia foi mais folheada do que a Wikipédia. Não há biblioteca tão consultada quanto o volume de informação que trafega livremente hoje. Por mais que ainda se desperdice muito tempo na rede, não tardará para que descuidar do conhecimento seja tão mal-visto quanto descuidar da vestimenta ou da saúde.

Mas o que se deve aprender quando não há ideia vem por aí? Não sou pedagogo nem psicólogo, mas com base nas transformações que acompanho nas últimas três décadas, fiz uma lista de sugestões por idade.

Para começar, os pais. Eles precisam deixar de lado a ansiedade e compreender que seus filhos crescerão e serão moldados em um contexto desconhecido e imprevisível, bem diferente do que sustentou a sociedade do passado. Algo que `sempre foi feito assim` não é mais necessariamente válido. A melhor época para descobrir novas hipóteses é aquela passada em família que, em princípio, tem por seus rebentos grande amor, compreensão e tolerância.

Crianças com mais de cinco anos de idade precisam ser estimuladas a perguntar, a questionar como o filósofo Sócrates propôs. Talvez por medo de subversão em um mundo corporativo e competitivo, é surpreendente a quantidade de adultos que desencorajam o questionamento, limitando a criatividade daqueles que mais tarde precisarão inovar.

Adolescentes por volta dos 15 anos precisam experimentar. Esta é a melhor época para ser desfocado, errar muitas vezes, ter o máximo de contato possível com o que há de mais variado.

O desafio, bem sabem os videogames, estimula o raciocínio. Mas há outros jogos, tão ou mais interessantes do que os jogados em um PlayStation ou XBox. Linguagens de programação, eletrônica, biologia, economia e outras áreas de conhecimento podem, se bem apresentadas, gerar fascínio.

De todos os projetos o mais importante é escolher o que estudar dali para a frente. A educação superior precisa ser um enorme debate, não um conjunto de reuniões passivas, em que se aprende a escutar, aceitar e trapacear, usando o smartphone para matar o tédio. É nessa idade que eles precisam descobrir se a vocação que tem é verdadeiramente deles ou se está para satisfazer os outros.

Recém-formados, jovens de 25 anos têm as últimas novidades e são incansáveis. Suas ideias, apesar de ainda cruas, são ótimas. Essa geração não tem mais a resignação humilde com que seus pais tratavam o trabalho como uma religião, em que problemas administrativos eram de importância fundamental e que o desemprego era uma forma de ostracismo, uma excomunhão.

Mas chefes, professores e pais, em um misto de insegurança e superproteção, os desencorajam. Talvez por isso esteja nessa faixa etária o maior conflito de gerações.

Acima dos 35 anos parece difícil aprender, mas é a época mais fácil. Muitas indústrias levarão um bom tempo para serem completamente transformadas, é uma boa época para se especializar. Se você ainda não está a par das particularidades de segmentos como Comércio Eletrônico e Computação em Nuvem é uma boa época para analisar esses segmentos que tendem a mudar bastante sua carreira, ainda longa, pela frente.

Depois dos 45 é preciso aprender a administrar recursos cada vez mais escassos, equipes remotas, logística e conflitos de todos os tipos. As ferramentas de análise de métricas criam bases de dados cada vez mais detalhadas, mas quem procura boas respostas precisa saber fazer perguntas relevantes.

Com mais de 55 anos há maturidade para analisar seu conhecimento e sistematizar sua produção. Criar blogs, escrever análises, produzir e-books e podcasts é uma boa forma de manter o conhecimento reciclado, ao mesmo tempo que ajuda a debater sua experiência com novas gerações. É também uma boa época para participar de Fóruns e associações diversas, como redes de especialistas e grupos dedicados. Um bom ponto de partida pode estar na análise de quanto mudou a profissão desde a sua formação universitária.

Acima dos 65 é uma boa época para se dedicar a compreender melhor a Arte e a Filosofia (não que sejam desimportantes em outras épocasl). Não se preocupe com os filósofos recentes, que ainda se debatem tentando negar ou rotular o que acontece. Leia Nietzsche, que provavelmente se divertiria com a Internet. Pitágoras, Aristóteles e Epicuro são de uma época parecida com a nossa. Picasso e Duchamp também. Lembre-se de contribuir, sempre que possível, para a Wikipédia.

Depois dos 75, que eu espero ser a meia-idade do Futuro próximo, há muita diversão. A Fotografia, cada vez mais popular, é uma boa forma de manter o cérebro ativo e dinâmico. A partir dessa idade, e videogames estão liberados.

Luli Radfahrer - Folha de São Paulo - 17/09/2012 - São Paulo, SP

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12/09/2012 09:29

O QUE IMPORTA PARA O APRENDIZADO ESCOLAR

Qualidade depende de uma série de fatores investigados.

Qualidade do professor

Estudos realizados na última década deixam claro que a qualidade do professor tem grande impacto sobre o desempenho educacional dos alunos. O melhor corpo docente, no entanto, não reúne necessariamente os professores mais escolarizados, os mais experientes ou os mais bem remunerados. Há uma ampla gama de informações, como desempenho efetivo dos alunos e avaliações da direção e da comunidade escolar, que também devem ser levadas em conta.

Habilidades cognitivas e não cognitivas do professor

Os poucos estudos disponíveis sobre o tema encontram evidências de que a habilidade verbal pode fazer diferença no aprendizado do aluno. No entanto, não se sabe exatamente o que está por trás desse resultado. Os alunos aprendem mais porque as aulas ministradas por professores com essa habilidade são melhores ou porque esses professores têm mais facilidade para motivar os demais agentes envolvidos no aprendizado?

Experiência do professor em sala de aula

A experiência é um dos atributos observáveis do professor que têm impacto sobre o aprendizado dos alunos, especialmente nas comunidades mais vulneráveis. De acordo com as pesquisas, a relação entre experiência e aprendizado tende, no entanto, a ser não linear. O que faz diferença são os dois primeiros anos.

Formação acadêmica do professor

Estudos comprovam: o bom professor não é necessariamente aquele com maior titulação acadêmica. No entanto, uma faculdade de boa qualidade deve fornecer conhecimentos teóricos e práticos importantes para a promoção do aprendizado dos alunos. O desafio é desenvolver políticas que gerem melhorias na qualidade da formação inicial dos professores e, ao mesmo tempo, deem-lhes apoio para alcançar um bom desempenho em sala de aula.

Conhecimento do professor

Alunos de professores que obtiveram melhores notas na universidade — e que continuam a ter bom desempenho em testes que avaliam seus conhecimentos — aprendem mais. Como o conhecimento que o professor tem sobre determinada disciplina é o mecanismo implícito para a melhoria do aprendizado dos alunos, motivações e talentos específicos para essas áreas do conhecimento podem ser os fatores determinantes desse aprendizado.

Concursos e certificação do professor

Selecionar professores com base em certificações e na aprovação em concursos pode ajudar na escolha dos melhores profissionais, mas não deve ser o único critério levado em conta. Dados sobre o aprendizado dos alunos e sobre o desempenho do professor em sala de aula também precisam ser considerados, sobretudo na promoção de remuneração diferenciada.

Formação continuada do professor

Os estudos que serviram de base para esse trabalho concentram-se no impacto da formação inicial. O efeito da formação continuada na proficiência do aluno ainda precisa ser mais bem investigado.

Formação do professor em serviço

Pesquisas relacionadas à formação acadêmica do professor indicam que capacitações em serviço sobre gerenciamento de sala de aula são particularmente importantes para professores nos primeiros anos de carreira.

Texto elaborado com base em estudo de Ricardo Paes de Barros. Leia o trabalho em https://www.paramelhoraroaprendizado.org.br    

 

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